Um Café para Dois

A placa no final da estrada indicando a curva serena é o único caminho e um portal infinito, a certeza de seguirmos e consciência de que não podemos parar. Mas os sinais e semáforos existentes ao longo desta, só nós mesmos lhes trocamos as cores , temos o poder e a energia para o fazer

O tempo é o controle absoluto.

Se vamos rápido deixamos de apreciar o verde, o cheiro de mato, as cores fortes e firmes da primavera e do verão, que no outono, vão do queimado ao dourado, mas no inverno é branco de paz.

Se for média a velocidade, então o prazer de ver os que passam os que param os que sorriem os que choram, os que a mão oferecem e os que partem.Porque amar é também a saudade de quem partiu.

E se ainda mais lento, conseguimos até tocar em alguns, conversar e trocar energias com outros.

Estradas longas e sem endereços, sem paisagens e sem adereços, apenas com o horizonte, é também motivo de sonhar e continuar na certeza que na curva seguinte o que não conseguimos ver até o ponto chegado vai está lá.

Por isso...

Um café para dois companheiros de viagem.

Denise Figueiredo

Divagando

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