O NECESSÁRIO DIÁLOGO ENTRE ESCRIBAS

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From: "Recanto das Letras" <recantodasletras@recantodasletras.com.br>

To: "Joaquim Moncks" <joaquimmoncks@gmail.com>

Sent: Sunday, May 02, 2010 12:24 AM

Subject: Contato de visitante

Assunto: Contato "Poético"

Nome: Diego Pereira da Silva

E-mail: diegopereirasilva@hotmail.com

IP: 189.127.187.66

Mensagem:

Olá, Sr. Moncks!

Analisei algumas de suas críticas (literárias) sobre escritos alheios, no sítio do Recanto das Letras. E, constrangedoramente, abracei-as; digo constrangedoramente porque, até então, não tinha me deparado com alguém (neste meio virtual) falando de poesia com seriedade.

Tenho 23 anos, escrevo "o que me sente", e só posso conceber como poesia aquilo que me cala numa tentativa inútil de descrição...

Espero o estabelecimento de um contato frequente entre nós.

Abraço!

----- Original Message -----

From: Joaquim Moncks - Gmail

To: Diego Pereira da Silva

Sent: Sunday, May 02, 2010 1:15 AM

Subject: Re: Contato de visitante

Meu querido Diego!

Fico feliz que os escritos possam estar sendo úteis. Amo a Poesia e me registro nela como ansioso de humanidades. E ela me constrange à seriedade. Sempre há algo que nos leva a caminhos em que não se pode brincar, mesmo sendo a poesia um objeto lúdico, que permite, em determinados momentos, o fingidor...

Devido à tua pouca idade, talvez, percebo que estás medindo as palavras neste começar de relacionamento... Não tenhas receio, gosto dos novatos, é pra eles que descrevo o que acumulei nestes quase quarenta anos de experimentações.

Como a maioria dos confrades em Poesia (e isto se repete, naturalmente, no Recanto) não gosta da seriedade analítica, principalmente quando tratamos dos cânones formais predominantes num determinado momento histórico, louvo os teus 23 anos e o teu aval me agrada e me gratifica. Poderás, sempre, contar comigo.

Entendo quando falas no que chamo "o nó na garganta, que me sufoca e me oprime", quando da tentativa inútil de descrição do que nos comove, alumbra e sensibiliza. Emoções à parte, eu trabalho com a identificação da linguagem poética, principalmente nos talentos jovens.

Já procurei os teus textos, no Recanto das Letras, mas não achei o teu “perfil” e nem os teus eventuais textos... É através da tua produção literária que o contato entre nós se fará amiúde e prazeroso...

Peço, também, que sem te preocupares com linguagem meticulosa, deixes teus comentários ao pé dos textos que venho publicando, para que outros colegas bebam o diálogo entre escribas. Assim também se aprende e se perde (ou se substitui) os temores, os eventuais sestros e manhas...

Quando não há diálogos entre escritores e/ou leitores, o exercício intelectual resta negado; uma via de mão única que nega o objeto das Letras...

Abraços do poetinha JM.

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From: Diego Pereira da Silva

To: joaquimmoncks@gmail.com

Sent: Sunday, May 02, 2010 9:42 AM

Subject: Estreitando o elo

Permita-me, Senhor Moncks, chamá-lo de Joaquim – eis o meu projeto de quebra da formalidade (risos!) – e, timidamente, falar sobre poesia: esta pulga, na mais feliz metáfora de Sylvia Orthof que, por incrível que pareça, “coçou-me” desde idade tenra.

Leio textos poéticos há muito tempo. De certo, por concordar com a tese defendida pelo personagem “John Keating” em Sociedade dos Poetas Mortos: “escrevo/leio poemas porque isto me faz humano” ou me aproxima desta condição humana, tão desgarrada de nós. Nasce daí, talvez, o que Wilde colocou sobre a vida – esta, uma imitação da arte. Mas, enveredar, no sentido de participar ativamente, pelos meandros da literatura; há poucos cinco anos...

Neste meio tempo, as palavras me cresceram. E fui abrindo versos num poema virgem, com a rispidez de quem procura aquilo que desconhece e com a cautela de quem é amamentado. Foram muitas as experiências, lógico. Tenho as mesmas inquietações (o paradoxo – risos!). Mas, percebo, no vale poético, um quê de silêncio fundamental à essência que sinto e ponto. É isto (por vezes penso): a escrita deve ser qualquer coisa, exceto o registro, um registro. Percebo o que Lispector, de repente, pretendia calar e, poeticamente, (não) falo a respeito. Estranho? Com certeza... Assim precisa ser, acredito.

O que posso apontar como meu? Talvez “Soli10 de março” e “Pousada do Mondego”, obras ainda por publicar (a segunda, em desenvolvimento). Antes, expunha parte de minhas criações num blog (dodialogosemtitulo.blogspot.com) e até mesmo no Recanto das Letras; no entanto, considerei escassos os contatos oriundos de tais ambientes e, infelizmente, nada significativos (agora, com você, surpreendo-me). Enviarei tais obras, em anexo, pra que as analise. Confio em você (mais uma das minhas sandices – acredito conhecer as pessoas pelo que escrevem; e, suas palavras me inspiraram confiança).

Aguardo retorno.

Abraço do Diego,

ou do Álvaro Conde Muniz García.

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From: Joaquim Moncks - Gmail

To: Diego Pereira da Silva

Sent: Sunday, May 02, 2010 11:56 PM

Subject: Fw: Estreitando o elo

Querido amigo Diego ou Álvaro!

Saúde e Paz! Que estejas bem junto aos teus afetos.

Como não uso e nem gosto do programa PDF, peço me remetas os textos ora chegados no programa Word, fonte Times New Roman, 12, Ok? Assim me poupas trabalho e facilitas... Gosto de colocar as emendas no próprio texto, e o PDF não permite adequações, etc. Aprecio as peças literárias, fazendo, de pronto, as anotações que me parecem convenientes e oportunas... Posteriormente, as reviso... Deveras atendido o pedido que ora faço, eu os arquivarei para posterior exame. E usarei a franqueza de sempre, na análise, quando eu vir a fazê-la, certo?

Usas Álvaro Conde Muniz García como pseudônimo ou é heterônimo?

Com o apreço e os abraços do JM.

– Do livro DICAS SOBRE POESIA, 2009/10.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/2239119