O IRREPARÁVEL

Desejo que recebas – forte e humana – a minha solidariedade; a força do amigo à distância, porém tão presente na virtualidade através da Poesia, fruto da humilde lavratura de amor incondicional ao Ser. Esforço-me, lapido-me para que a obra diga por si. E a isto a Dona Morte não vence, pois a formosura e o encantamento emergem até depois dela, na voz espiritual da oração, do sofrimento, do confessional mergulho nos infernos da renúncia. Ao irreversível, todos nós nos reparamos, como o Criador faz com a lagartixa quando perde a cauda. E há algo melhor do que o dia seguinte ao das perdas? Aquela sensação de que o inferno apenas chamuscou o nosso rabo?

– Do livro O NOVELO DOS DIAS, 2010.

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