SOBRE O DIA INTERNACIONAL DA MULHER....

Em Oito de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, de Nova Iorque, fizeram uma grande greve , quando, ocupando a fábrica reivindicaram melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. Foram reprimidas com extrema violência: trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada onde cerca de 130 tecelãs morreram carbonizadas.

Em 1910, na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas , foi aprovado a comemoração do Dia Internacional da Mulher ,mas, a fixação do dia 8 de Março ocorre na Conferência Internacional das Mulheres Comunistas, em 1921, como homenagem às mulheres de São Petersburgo que desencadearam a greve geral de 1917, saindo às ruas de Petrogrado contra a fome, a guerra e o czarismo, um dos movimentos que levou à Revolução Russa de Outubro de 1917.

A partir de 1960, essa tradição recomeçou como um grande acontecimento internacional. E, em 1975, as Nações Unidas decidiram consagrar o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher.

Quando olhamos para trás, nesses mais de 100 anos, desde o assassinato das tecelãs em Nova Yorque, percebemos que demos enormes passos: direito de estudar, direito ao voto, não precisar de autorização do marido para trabalhar, criação de espaços próprios no Estado para traçar políticas públicas para as mulheres, política de Saúde especializada, etc. Para nós, brasileiras, um grande avanço foi conquistado na Constituição de 1988 garantindo igualdade a direitos e obrigações entre homens e mulheres perante a Lei. Mas ainda há muito a ser reinvidicado pois ainda existe um longo caminho a percorrer, como por exemplo, a descriminalização do aborto que, no PNDH 3, de Dezembro de 2009, é um dos itens do programa o que nos conduz a entender haver empenho do Governo Federal em entender e retificar o que existe a respeito do assunto nas leis brasileiras. Como por exemplo, a questão dos movimentos sociais da luta pela terra, onde tantas mulheres completamente anônimas, desconhecidas ,por serem mulheres pobres, agricultoras, que só querem um pedaço de terra para fazer a agricultura familiar com produção de leite, alimentos básicos ( e não exportar laranjas )e , assim, sustentar suas famílias e dar aos seus filhos desenvolvimento normal.

Pessoalmente, não sou apologista dos Dias, pois que entendo que deveria existir apenas um, o DIA DO SER HUMANO que deveria ser todo dia, mas, vivo nesta sociedade, neste contexto e uma vez que existem os Dias, devemos aproveitar e fazer com que não se torne um dia para promover mais consumismo como outros que existem.

Não quero ganhar uma flor por ser mulher, pois não sou uma flor, sou um ser humano e como tal, tenho que ter condições de viver dignamente com os meus direitos garantidos.

Se o Dia Internacional da Mulher apontar para que as lutas que vêm sendo empreendidas ao longo dos tempos obtenham mais vitórias, que se comemore sim, mas com mais movimentos, com mais ações, com mais grito.

Que todos nós, mulheres e homens, portanto, seres humanos, tenhamos um Dia Internacional da Mulher com realizações objetivas no sentido de termos Justiça Social!!!

Ninfeia G

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NINFEIA G
Enviado por NINFEIA G em 07/03/2010
Reeditado em 28/05/2010
Código do texto: T2124939
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