(Vozes Jovens)
Que bom quando, já na adolescência, surgem esses piratas líricos e irreverentes, futuros veleiros carregados de ideias sãs, consequentes, éticas, questionantes - riquezas dessas almas em floração! Piratas do Bem...
Então, algumas barreiras adultas, começando a desmoronar, obstruirão as idéias banais, comuns que todos temos da arte naturalmente imatura dos jovens.
Ora, barreiras fazem bem à rodovia literária, pois obrigam nós motoristas a parar, saltar de nós, desligar o cômodo motor, pensar no Imenso, ver mais além e refletir sobre os problemas, os questionamentos sublimes colocados pelas artistas-meninas e meninos.
Certas coisas perfeitas, encantadas, extremamente suaves ocorrem por acaso, sim; porém não com a frequência sonhada. Permaneçam na Vida! Carpe diem!
A forma, os termos, o lavor precisam cativar. E possantes ficarão os versos caso o ritmo se encontre perfeito, a emoção sóbria, e a forma descubra respostas, eco nos sentimentos.
Produzam só bons poemas. Para isto, distanciem-se de vocês, visitando-se em outras lonjuras. Para isto, amem, sonhem, pensem em nós e ouçam, ouçam as vozes.
No princípio, faltará ritmo. Faltará correção, pois abundarão solecismos (erros de concordância, regência e colocação pronominal).
Mas que bom!: sobrarão coesão, concisão, clareza elegância e, principalmente, criatividade, invenção, beleza temática, clarões líricos...
Continuem arriscando sem medo... Pois quem transforma o idioma somos nós, os anônimos usuários, e não "eles", os empertigados gramáticos, filólogos e linguistas!
Um detalhe: seus comentaristas --- excelentes escritores --- louvarão demais vocês, só verão flores onde há também galhos, folhas, frutos, a terra enfim que nos molda muito mais que a moldamos. Cautela!
Malgrado o seu prezeroso lazer de empilhar palavras, de plantá-las no solo onde não ficam, de experimentá-las juvenilmente, vocês não sensibilizarão a todos.
Acham-se vocês na idade literária onde a alquimia verbal se inicia. Sob este aspecto, que delícia os seus versos! Suas desajeitadas, inconsequentes, rudes, deslocadas, desempregadas palavras nos darão a exata noção de sua inexperiência, da sua pândega ludicidade.
Seus diminutos anos poéticos não deixarão margem a quaisquer aplausos. Literariamente ingênuos, sequer ensaiam ainda os futuros possíveis voos. As desilusões do primeiro amor se ajustam com exatidão aos primeiros versos, sempre magoados demais, sonhadores demais, adjetivosos demais, adolescentes versos.
Sempre vale a pena ler um trabalho honestamente elaborado, cujas imagens nos encantam, aterrorizam, fragilizam e completam, em que pese possam conter alguns versos medianos ou mesmo medíocres.
Até em vocês, com frequência, se constata o estágio promissor de sua arte: não mais imitam ninguém, já seguem solitários a senda da boa literatura...
Isto sem aludir ao seu quase pleno domínio gramatical, nem à proximidade da maestria estilística que já se vislumbra.
Sigam publicando e expondo seus textos, mesmo
aqueles que, de tão íntimos, sintam vergonha de mostrar.
Que bom quando, já na adolescência, surgem esses piratas líricos e irreverentes, futuros veleiros carregados de ideias sãs, consequentes, éticas, questionantes - riquezas dessas almas em floração! Piratas do Bem...
Então, algumas barreiras adultas, começando a desmoronar, obstruirão as idéias banais, comuns que todos temos da arte naturalmente imatura dos jovens.
Ora, barreiras fazem bem à rodovia literária, pois obrigam nós motoristas a parar, saltar de nós, desligar o cômodo motor, pensar no Imenso, ver mais além e refletir sobre os problemas, os questionamentos sublimes colocados pelas artistas-meninas e meninos.
Certas coisas perfeitas, encantadas, extremamente suaves ocorrem por acaso, sim; porém não com a frequência sonhada. Permaneçam na Vida! Carpe diem!
A forma, os termos, o lavor precisam cativar. E possantes ficarão os versos caso o ritmo se encontre perfeito, a emoção sóbria, e a forma descubra respostas, eco nos sentimentos.
Produzam só bons poemas. Para isto, distanciem-se de vocês, visitando-se em outras lonjuras. Para isto, amem, sonhem, pensem em nós e ouçam, ouçam as vozes.
No princípio, faltará ritmo. Faltará correção, pois abundarão solecismos (erros de concordância, regência e colocação pronominal).
Mas que bom!: sobrarão coesão, concisão, clareza elegância e, principalmente, criatividade, invenção, beleza temática, clarões líricos...
Continuem arriscando sem medo... Pois quem transforma o idioma somos nós, os anônimos usuários, e não "eles", os empertigados gramáticos, filólogos e linguistas!
Um detalhe: seus comentaristas --- excelentes escritores --- louvarão demais vocês, só verão flores onde há também galhos, folhas, frutos, a terra enfim que nos molda muito mais que a moldamos. Cautela!
Malgrado o seu prezeroso lazer de empilhar palavras, de plantá-las no solo onde não ficam, de experimentá-las juvenilmente, vocês não sensibilizarão a todos.
Acham-se vocês na idade literária onde a alquimia verbal se inicia. Sob este aspecto, que delícia os seus versos! Suas desajeitadas, inconsequentes, rudes, deslocadas, desempregadas palavras nos darão a exata noção de sua inexperiência, da sua pândega ludicidade.
Seus diminutos anos poéticos não deixarão margem a quaisquer aplausos. Literariamente ingênuos, sequer ensaiam ainda os futuros possíveis voos. As desilusões do primeiro amor se ajustam com exatidão aos primeiros versos, sempre magoados demais, sonhadores demais, adjetivosos demais, adolescentes versos.
Sempre vale a pena ler um trabalho honestamente elaborado, cujas imagens nos encantam, aterrorizam, fragilizam e completam, em que pese possam conter alguns versos medianos ou mesmo medíocres.
Até em vocês, com frequência, se constata o estágio promissor de sua arte: não mais imitam ninguém, já seguem solitários a senda da boa literatura...
Isto sem aludir ao seu quase pleno domínio gramatical, nem à proximidade da maestria estilística que já se vislumbra.
Sigam publicando e expondo seus textos, mesmo
aqueles que, de tão íntimos, sintam vergonha de mostrar.