Olhar

Um espaço imenso nos separava: eu e o sonho. Sonhar acordada, com a felicidade é loucura demais.

A minha ficção brincava com o real... Enxergava meus olhos que aparentavam cores; minhas pernas corriam e meu coração se fartava de alegrias, em alguns momentos.

Por que então, aquele espaço de medo continuava a me invadir?

Ou eu a ele...

Que importa - estava sempre na minha frente. Compreendi que é a parte irrealizável do meu instante.

Em nenhuma hora, em nenhum passar do tempo eu conseguiria penetrar.

Tal segredo não é permitido aos mortais; não como eu, sempre presa a raízes, sem contemplar o simples ato de voar.

Poderia ser uma lagoa, uma cachoeira ou simplesmente um deserto.

Mas, eu queria sim, penetrar por todos esses segredos do meu universo.

Tudo que temo, não ocupa espaço no olhar de outrem...

Mora tudo em mim: barquinhos na água são meus olhos chorando;

Montes verdejantes sou eu também, quando me sinto forte.

Verônica Aroucha

Recife - PE

Verônica Aroucha
Enviado por Verônica Aroucha em 31/05/2005
Código do texto: T21062
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.