VERDADE NÃO TEM FACE
VERDADE NÃO TEM FACE
Além da substância pura como única verdade-verdadeira nas moradas do mundo extra-sensível - muito além do alvorecer e do crepúsculo, vive-se debaixo do sol com o disfarce de máscaras sob o ritmo da vida de um bailado só. E faça chuva ou faça sol, não importa do ano nenhuma estação ( outono, inverno, primavera ou verão): no caleidoscópio dos dias, autenticidade como sinônimo de utopia é realidade rica ou pobremente vestida sob o manto da vaidade.
Assim, no continuísmo dos dias no existencial secular, mentira e vaidade são ingredientes inseparáveis que fazem crescer o bolo da vida.
Por via de conseqüência não emerge do homem nenhuma verdade, que não existe total, toda verdade tem um fundo de mentira e toda mentira um fundo de verdade, afinal.
De forma que, zero vírgula um por cento de verdade ou de mentira já subtrai de cada critério a sua integralidade.
Cabe ao bom observador travestido ou não de juiz, decidir sobre o teor de toda mentira-verdade e de toda-verdade-mentira, impondo-lhe as sanções éticas, morais, e penais.
Pois, no mundo da sensibilidade, toda mentira tem um teor de verdade e toda verdade detém um teor de mentira.
Como diria o escritor divinamente inspirado: “não há na terra nenhum justo, nenhum sequer” e mais adiante também escreveu: “todo homem é mentiroso” (inclusive eu)
Ir. Gilberto.