UM FELIZ "TREZENTOS E SESSENTA E CINCO DIAS"
Não, não basta que usemos dois ou três dias do ano que termina e mais três ou quatro do ano que começa, para desejarmos a todos aqueles que amamos ou não, os votos de um feliz ano novo.
Cumprimos, ano após ano, esse “dever cínico” com todas os que conhecemos: “Oi meu amigo, feliz ano novo para você!”
E aí podemos descansar nossas cabeças e sentirmos que, de fato, fizemos algo de extraordinário por aquelas pessoas.
O ano novo começa, o primeiro mês termina, vem o segundo e mais outros dez para que novamente tiremos do velho baú das obrigações, a frase amarelada pelos trezentos e sessenta e poucos dias sem uso ou utilidade alguma.
Já perguntamos aos nossos amigos ou parentes como vai o ano, por exemplo, em pleno dia vinte e dois de julho? E no dia quinze de agosto, desejamos aos nossos irmãos um feliz “resto de ano” ?
Óbvio que não. A nossa obrigação de desejar a todos um feliz ano novo, terminou ali, por volta do dia três ou quatro de janeiro e só.
Ora...por acaso é preciso saber como vai o ano de alguém em pleno meio do ano? Não, não queremos saber se estão com um ano feliz, como nós mesmos desejamos lá naquele já longínquo janeiro.
É preciso que façamos algo mais e que realmente tenhamos essa vontade de todos os dias desejarmos aqueles que nos são especiais ou não, trezentos e sessenta e cinco dias de saúde, de paz, de amor e carinho.
Dia após dia renovarmos esse nosso desejo.
Porque não dizermos durante todo o ano aos nossos amigos e irmãos que os amamos e que queremos para eles boas coisas?
Que importa se o dia for o dois de fevereiro, o dezessete de junho ou vinte e nove de outubro?
O que importa é que a cada nova manhã tenhamos essa inexplicável vontade de amar e desejar felicidade às pessoas.
Façamos isso.
Vamos assumir de vez a nossa condição de seres humanos racionais e sejamos, pois, irmãos de verdade, amigos de verdade, pessoas de verdade, e não apenas uns bonequinhos de corda sem graça nenhuma e com frases decoradas para qualquer ocasião, como a de “feliz ano novo”.
Vamos sair por aí e semear novos amigos, beijar nossos pais, abraçar nossos filhos e também nos consertarmos como amigos, como pais e como filhos.
Um novo ano começa diariamente, não esqueçam disso!
Eu desejo, sinceramente, a partir de hoje e todos os dias a cada uma das pessoas que sejam ou não do meu convívio, trezentos e sessenta e cinco dias de esperança, de ar puro, de sol quente, de chuva a renovar seus jardins.
Desejo amor, desejo saúde, desejo sorrisos.
Desejo que vocês lembrem sempre de alguém distante e que alguém distante telefone, mande uma carta ou apareça para vocês.
Desejo apertos de mãos sinceros e abraços.
Tudo na medida do mais exagerado quanto eu possa imaginar.
Desejo, enfim, que todos nós e todos os dias recebamos de alguém um voto sincero de “feliz ano novo”.
Felizes sejam todos os dias meus irmãos e amigos.
E que possamos estar aqui amanhã, depois de amanhã, depois de depois de amanhã e sempre, para renovarmos esse nosso desejo.
Um beijo enorme, um abraço gigante e o meu mais escancarado dos sorrisos para vocês.
Um feliz “trezentos e sessenta e cinco dias", todos os dias, para todos nós!