Deve-se cobrar o dízimo?

Em muitas igrejas, especialmente as evangélicas, a principal coisa que é falada nos cultos não é sobre Deus, mas sim sobre dinheiro. Especialmente o dízimo. Dar o dízimo significa dar 10% do salário para a igreja. Ou seja, alguém que receba 2000 mil por mês, deve pagar 200 reais de dízimo. Muitos pastores afirmam que quem não paga o dízimo está ‘roubando a Deus’. Outros, pregam que a pessoa só terá uma boa relação com Deus se ela pagar o dízimo. Ainda outros criam formas de humilhar os que não lhes dão os 10%. Fazem isso por obrigar a pessoa a sentar-se a parte de outros ou colocam o seu nome num quadro negro para todo mundo ver que aquela pessoa é um ‘pecador’. Será isso certo?

O dízimo foi ordenado à nação de Israel. A nação era constituída de 12 tribos e mais uma tribo, essa sacerdotal. Aqueles que pertenciam as 12 tribos contribuíam com 10% do quem possuíam para a tribo sacerdotal, a tribo dos levitas. Como os levitas não tinham terras, se não recebessem esse valor, morreriam de fome. Além disso, tendo garantido o seu sustento, eles destinavam o seu tempo aos afazeres espirituais da nação. Na época do tabernáculo, e posteriormente, do templo, os levitas tinham muito trabalho. Eles eram supervisores, oficiais, juízes, porteiros, tesoureiros, bem como muitos exerciam funções junto aos sacerdotes, auxiliando nos sacrifícios. Nenhum levita era um vagabundo que ficava em casa o dia inteiro e era sustentado pelos outros, como o são muitos pastores e padres. Mas sim exerciam as funções necessárias ao bom funcionamento da nação. Além disso, o dízimo era dado na forma de alimentos e gado, não em dinheiro.

Contudo, há uma questão importante. Foi ordenado que os judeus pagassem o dízimo. Mas será que foi ordenado aos cristãos fazer o mesmo?

Alguns anos após a ressurreição de Jesus a congregação dos cristãos era formado por judeus e não-judeus. Uma questão foi levantada: os não-judeus deviam guardar a Lei Mosaica, que incluía fazer sacrifícios animais, guardar o sábado e pagar o dízimo? A história dessa reunião está registrada no capítulo 15 de Atos.

A decisão que foi tomada nessa reunião foi de que os não-judeus não precisavam seguir a Lei de Moisés. Apenas deviam continuar obedecendo algumas coisas necessárias. As coisas necessárias que os cristãos deviam evitar era abster-se de ídolos (de imagens), de sangue, do estrangulado e da fornicação (práticas sexuais depravadas). O dízimo não foi alistado entre as coisas necessárias. Assim, os cristãos não precisavam mais pagar o dízimo.

Conforme o apóstolo Paulo disse em Colossenses 2:14: “Deus apagou o documento escrito (a Lei Mosaica) por pregá-lo na estaca de tortura”.

Será que Paulo durante suas viagens missionárias era mantida pelos outros? Não. Paulo trabalhava fabricando tendas em tempo parcial. (Atos 18:3,4) Ele nunca pediu para ser pago, muito menos disse que outros deviam lhe pagar dízimos. Quão diferente das igrejas de hoje, onde a única coisa que pastor sabe falar é pedir dinheiro!

Jesus foi o homem mais generoso que viveu na Terra. Ele dizia que devíamos ‘praticar o dar, e dar-se-vos-a’ (Lucas 6:38) Os cristãos devem dar de modo generoso, talvez até mais de 10% caso sua situação permita. Por outro lado, pode ser que acontece alguma despesa urgente, um acidente ou uma doença. Nesse caso, dar 10% do salário talvez privasse algo da família. O que seria anticristão – 1 Timóteo 5:8

A contribuição do cristão deve ser voluntária. Cada um tem uma situação diferente na vida. A pessoa deve resolver de coração o que deve contribuir (2 Coríntios 9:7) O dízimo era uma provisão para manter o templo e os sacerdotes. Hoje não existe nem um, nem outro. Assim, o dízimo hoje não é uma ordem, muito menos uma necessidade.

Dieggo Oliveira
Enviado por Dieggo Oliveira em 26/12/2009
Código do texto: T1996530
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