Fazenda
Vejo em seus semblantes tanta tristeza
De um tempo que é só dureza
A terra firme e seca voa com o vento
Que a sopra sem direção
Sem rumo sem tempo
Modelando engenhos de canas com rosas e dedos
Um tempo de Guerras
Um tempo de Glorias
Um tempo de vindas de idas e voltas
Nos portões das porteiras dos seus pensamentos
Eu vejo mais do que apenas um velho cocheiro
Tropeiros lembranças tropeçam contentes
Historias da vida de um mundo humano
Vejo em sua face às marcas da vida
E o Sol que a bate deixando feridas
As mãos calejadas seguram facões
Enxadas e foices nos caminhões
A bóia que é fria a água e o pão
Com medo da vida
Com medo da morte
Contando com Deus
Sem ter muita sorte
Os pés na poeira
E ainda são fortes
Levando com Fé
O ferro e o brasão
O suar dessa nossa imensa NAÇÂO