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A dona Guerra e o seu Amor

– Como vai Amor?
– Vou bem e você?
– Mal como sempre! As coisas não estão acontecendo como eu esperava... E creio ser culpa sua...
– Por quê?
– Você vive se insinuando por aí e muitas pessoas ao invés de fazerem o “certo”, acabam cedendo, se tornando omissas, deixando de fazer o seu papel na história. Você deveria dar um tempo e fazer uma viagem, deixar um pouco que eles caminhem seguindo os seus próprios valores.
– Não posso fazer isso!
– Me convença...
– Se eu abandonar aqueles que em mim acreditam, ficarão eles todos a sua mercê e como sei que andas de planos com a dona Dor, teria muito trabalho depois para consertar o estrago que se faria.
– Deveria fazer isto por mim.
– Por qual motivo?
– Você sabe que nós não existiríamos um sem o outro. Somos os elementos que equilibram o universo. Somos indispensáveis à manutenção da vida.
– Mesmo assim prefiro manter as coisas como elas são. Se quando eu me tornar ausente deixarem de acreditar em mim, de seguirem os meus antigos ensinamentos, de lembrarem de como eu sou importante, ao retornar nada restará para ser remendado, seríamos novamente somente você e eu.
– E não seria bom?
– Foi até bom antes da dona Dor aparecer. Ela trouxe vários parentes, entre eles o senhor Sofrimento e a dona Tristeza. É melhor você continuar fazendo o seu trabalho e eu o meu, e quem sabe algum dia você acabe deixando eu lhe apresentar aquela minha amiga, a dona Paz.
– Eu não a suporto.
– Pois é. Agora você entende porque eu não me ausento?
– Entendo e até acho que você tem razão, mas mudemos de assunto. O que vai fazer no sábado a noite?
– Continuarei amando pelo mundo afora. Quer vir comigo?
– Talvez qualquer dia desses! Até mais. Nos vemos por aí.

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Clique abaixo para ler outros textos que eu já li dos amigos do Recanto:
Amor e lágrimas! De Célia Poetisa
Dois irmãos e um cãozinho! De Milton Nunes Filho
Espíritos livres! De Anna Ysabel
Crueldade! De Parabolika

Abraços para todos!