Desamparada
Quantas vezes você esperou que alguém tivesse uma atitude numa determinada situação e se decepcionou porque a pessoa nada fez ou ainda, se fez, foi algo que estava longe do que esperava?
Todos nós sabemos que criar expectativas é o melhor caminho para a decepção, mas qual de nós não espera ser reconhecido, valorizado, não só por aquilo que faz mas, principalmente, por aquilo que é? Sim, nós mesmos devemos nos aprovar, reconhecer e aceitar, mas há relação sem troca?
O ser humano precisa de quatro condições básicas para viver: atenção, admiração/reconhecimento, afeto/amor e aceitação. Ao recebermos isso daqueles que nos são caros e, especialmente, da pessoa amada, muitas de nossas necessidades emocionais são satisfeitas, mas se não recebemos, a tendência é nos sentirmos sem valor algum e assim, tudo fica vazio, sem sentido de existir.
Claro que não podemos nem devemos colocar nosso valor -enquanto pessoa - nas mãos de alguém, mas quem não espera um abraço num momento de dor? Uma mão estendida, quando perdido? Uma palavra amiga quando nos sentimos fracos? Um singelo e simples “obrigado” por tudo que se fez pelo outro?
Qualquer necessidade que temos, sobretudo nossas necessidades emocionais, quando não supridas, geram insatisfação, decepção e alguns conflitos internos que nem sempre percebemos. E quando isso ocorre é inevitável que nos sintamos desamparados e totalmente perdidos.