Linguagens que aproximam, em tempos marcados por dissonâncias afetivas
- divagações filopoéticas, quase surreais, com alguma consistência referêncial-
Ao meu filho que completou trinta anos de idade,
neste último 22 de outubro, e àqueles que pelo
amor possível anseiam
* virgínia além mar
"A vida sem música é um erro, uma tarefa cansativa, um exílio- * -Assim falou Zaratustra -F. Nietzsche
Encontros deram-se através das paixões comuns tais como a música e filosofia, às afinidade pré existentes agregaram-se outras, isto aconteceu tanto em relacionamentos reais quanto nos virtuais, mas é sobre este úlitmos que atenho-me com mais acuidade nos paragrafos a seguir.
O diálogo virtual proporcionou e proporciona aprofundamento no mundo das idéias, leituras e universos pessoais encontram-se, tangenciam-se no invisível atemporal. O interior se faz compreensível através de diversas linguagens. Como explicar aproximações fulminantes? No virtual uma memória de futuro antecipa-se aos fatos e nele mesmo devires são permeados de intuição, esta que está contida na escrita onde o rítmo , musicalidade íntima deixa-se perceber.
Busquei expressar em palavras recentemente; Do invisível -A música parceira de todas horas preenche a atmosfera com as cores da alma... Entre ausências imagens, sons -mar-rítmos movem meus cataventos ...
Antecipa-se ao pensamento todo sentir, ou seja a emoção é primordial à razão, esta estando à serviço da primeira. Tentamos explicar racionalmente, através da linguagem, que é pensamento o sentido, incomensuravelmente maior que o vocabulário existente e disponível. O corpo tem sua própria linguagem, na teatrealidade expressa-se, toda arte é tentativa de fazê-lo e, quando impossibilitado compõe patologias...
Entre as " loucuras" inclui-se a busca de sentido a tudo que nos acontece, a vida talvez não tenha sentido , mas é certo que o que sentimos por vezes causa espanto devido as proporções que os sentimentos tomam .
Talvez o que haja é o inexplicável e inexpressibilidade e, que assim continue até o último dos dias, contudo intentar compreender e expressar é nos peculiar. Por ventura aceitamos as inúmeras interpretações possíveis aos acontecimentos?
Permitimos, admitimos singularidades filosófica, abertura ao pensamento que buscar criar conceitos que descrevam percepções... ?
A Poesia, enquanto arte, permite-nos a liberdade expressiva que outras áreas do conhecimento humano impedem além de não requer outra instrumentação que o corpo do Poeta e s c r i v i n h a d or...
Transcrevo trechos do meu EBook Parolas ao Sol, pag 23 e 24 ;
Pai- teus gestos impregnam os meus, para decifrar teus silêncios busquei dialogar com o mundo. Com tuas palavras aprendia a ouvir orquestrações também íntimas e conectar-me aos devires ...
amigos - Nietzsche foi o amigo em comum que reencontrei em minha grandes amizades. Dos mais diversos recantos do planeta fomos agregando-nos em torno de seu pensamento nômade . Quando íamos nos reconhecendo , detectávamos a afinidade com sua filosofia o que vinha a confirmar nossa aproximação através do pensamento antes mesmo dos contatos físicos acontecerem .
"Em última instância , ninguém pode escutar mais coisas do que aquilo que já sabe. Não se tem ouvido para aquilo a que não se tem acesso a partir da experiência." F. Nietzsche ...
Gosto de crer que atraímo-nos consoante aproximações entre nossas leituras individuais do mundo, este que nos cerca e permeia.
Por motivos que não sei explicar a não ser pela intimidade ocorrida muito cedo, desde que tenho lembrança de existir, com audição musical dos clássicos, música erudita, instrumental em geral, incluindo as composições medievais, incrivelmente belas, em detrimento ao popular , tornei-me ouvinte sensível e não por questão de erudição musical. O gosto viria da alta freqüência vibracional que as notas atingem transcendendo o palpável, o vivido, resgatando o elo dos sentidos universais ?
Através deste devaneio um pouco longo e talvez desinteressante pretendo ilustrar a profundidade em que algumas aproximações acontecem. Ocorre que a palavra magia vem à mente em certas ocasiões.
Momentos desta natureza sorvo em companhia de Rafael e Michèle, esta que entrou em minha vida em meados de 2006 e, trouxe consigo alguns amigos.Na ocasião escrevi -
Das Articulações Invisíveis - nos silêncios mais íntimos das madrugadas/ no pulsar da chama acesa na audição solitária de Bach /no mais ermo recanto da terra /o mistério nos aproxima/ águias, pombas, gaivotas/seres do silêncio a quem nada escapa /ouvido atento aos chamados dos ventos/ah! nós que ouvimos um pouco /cremos nas flautas/nos tique taques nos assovios /a menor dissonância / atentos /em nós sempre um berço /um terço a mais pianiedade...
O conceito pianiedade criei nos idos de 1979,, para dar conta de encontros de intensidade semelhantes onde parece que são as infâncias ( in fante que não possui fala ) que dialogam utilizando a linguagem primordial - a música possibilitando entendimento capaz de superar dissonâncias que linguagens outras apresentam. De maneira que quando em pianiedade o encontro se se faz, acontece , silêncios e verbo harmonizam-se abrindo portas ao nfinito...
Entretanto tais devaneios filopoéticos são vazios diante à música "Interior" de -Raphael Veronese, pode ser encontrado nos mecanismos de buca da rede .
Tido como de conhecimento amplo é o efeito benéfico que a música exerce sobre os seres vivos não somente ao homem, existem vários estudos sérios a respeito.
Retornando à Rafael, sobre este compositar e sua interpretação escreveu belamente Michèle Sato( professora, pesquisadora em educação ambiental que buscando a interface da filosofia da arte com o ecologismo, sob as influências do surrealismo.UFMT) uma apresentação Museu Humano: imagem, texto e som na arte de Raphael Veronese.
Aos que encontram na filosofia de Nietzsche uma identificação e , ou gostariam de mais conhecer sua relação com a música , há um excelente Livro a consultar intitula-se , NIETZSCHE E A MÚSICA de Rosa Maria Dias.
Boa pedida é rever Dias de Nietzsche em Turim, de Júlio Bressane- um filme sensorial que não deixo poeira sentar, há cenas extraordinariamente belas - diria ...um ode à vida !
Finalizo com as sábias palavras do filósofo tão querido, que a mais de quarenta e tantos anos, tem sido amigo de cabaceira e, companheiro em ocasos e auroras mais pungentes...
" temos a arte para que a verdade não nos destrua"
Ilustrçs. Piano VladimirKush Moonlightsonata e
ArtPoética formt Michèle Sato Duo Michèle e virg. Piano & Pintura
postado no blog e na minha pg da avbl -http:// www.avbl.com.br/website/index.php?menu=5
http:// poeticacoletiva.blogspot.com/2009/10/do-visivel-e-do-invisivel.html