É um rapaz descendo a estrada,
a passos lentos, tranquilo,
como se o tempo e o mundo,
não fossem nada daquilo
que pintam nas propagandas
que os tanques de guerra gritam.


Parece-me que para ele,
os erros de sobre a terra,
não influem na caminhada
e nem diminuem o sabor da estrada,
pois se Cristo traçou o rumo,
o que outro dizer... É nada.


Mas, é um rapaz estranho,
desgarrado do rebanho,
não parece parte da vila.
vai devagar, tranquilo, no entanto
as vezes arregala os olhos em espanto,
para ver uma flor ao lado da trilha.


De repente se levanta,
acolá um pássaro canta.
o rapaz abobalhado.
Olhem aquela borboleta,
a abelha pequenina,
adeus horário marcado.


Será mesmo estranho o rapaz?
um bobo para muita gente,
um que nunca acerta nada.

Não, não é um estranho senhores,
nem um bobo, eu lhes garanto:

é um poeta descendo a estrada.

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Não são estranhos os poetas
Estranho é viver a vida
Sem ser poeta
Estranho é não ver poesia
Onde ela existe
Estranho não é ser estranho
É ser triste!

* Abraços fraternos, nobre poeta.
Enviado por Euripedes Barbosa Ribeiro em 20/10/2009 12:40