Escrito sem nenhum compromisso estético, por um literato despretensioso, ainda assim o poema nos magnifica, porque fala de paixão, partida, ausência
e saudade.
Trata-se talvez de uma alocução (discurso poético breve) dirigido à Mulher, a julgar pela terceira estrofe, que contém um lamento lírico, culminando com palavras de absoluta angústia e perplexidade.
O vocabulário singelo contrasta com os requintes da sintaxe, ritmo e sonoridade.
Há no trabalho um clima sublime, excelso, cósmico, graças à tua inspirada sinceridade, possuindo ele uma ternura sem par, quase nenhuma pieguice...
Texto ingênuo, primareril, suave, místico, imenso, mas não pueril. Sem melodramas.
Jovem alma em flor: tua magia vocabular funciona. As palavras prendem, chamam, puxam a si o narratário. Há expressões de uma dignidade shakesperiana, tão esclarecedoras da frágil condição humana...
Na verdade, não só os teus versos distraídos, mas toda a Poesia se põe sob a magia da fuga e o encanto do meta: há sempre um Oceano a atravessar.