CONFISSÕES DIMINUTAS - 8 ("bourbónico")

Sou funcionário do estado, professor de castelhano, língua nacional do reino bourbónico.

Reconheço que a minha situação pessoal é bastante paradoxal, muito paradoxal: funcionário, quer dizer, quase sacerdote do estado; professor, quer dizer, condutor de pessoas ainda, oficialmente, imaduras para a madureza; de castelhano, quer dizer, colaborador do reino bourbónico no extermínio do português da Galiza.

Como é que me liberto dessas eivas condicionadoras? Sinceramente: ignoro-o. Se fosse mais ou menos consequente, deveria ter fugido desta Terra ou, pelo menos, abandonar o ensino... Mas sou, como bom humano, inconsequente radical.

Que lhe imos fazer...!