CONFISSÕES DIMINUTAS - 6 ("sinto-me")
Apesar de tudo, sou livre... Não, sinto-me livre. Há pessoas que, sem o querer quiçá, premem-me a fazer o dizer ao seu jeito: Não gosto dessa atitude, mas apenas é um início de desgosto, porque a seguir entendo que não tanto sou eu o premido quanto, nalgum sentido recôndito, elas.
Por exemplo: Dizem-me se posso levá-las de carro a... aonde for. Eu não só não digo que não, mas confirmo sem agitações extemporâneas, sem barulhos. Elas, essas pessoas, sabem que em regra assim faço. Acontece que, com alguma frequência, parecem querer castigar-me: «Como não disseste que sim...» Mas eu não disse que não... E, se o meu hábito é fazer esse favor ou simplesmente serviço...
Apesar do castigo, sinto-me livre.