O ALFINETE
Certo dia um jovem encontrou um alfinete. O mesmo passou a ser seu parceiro inseparável, sua ferramenta de maior diversão. Onde quer que fosse lá estava ele entre seus dedos, pronto para alfinetar as frágeis vítimas. Seu percurso passou então a ser marcado por certeiras espetadas, bastava alguém se virar de costa e o imponente alfinete era acionado, logo remetia o som de uma única gargalhada provinda de um enorme prazer que sentia o jovem. Porém, a vítima logo raivosa perguntava-lhe porque não espetava a mãe dele e assim se afastava do agressor, não permitindo mais qualquer aproximação do mesmo.
Com isso, fizeram-se inúmeras vítimas até chegar ao ponto de não ter mais a quem alfinetar. Portanto, a única pessoa que lhe restou fora sua mãe, e ao refletir sobre os pedidos de suas vitimas, o garoto aconchegado pelo abraço de sua mãe, desferiu seu alfinete contra o pescoço da mesma, ocasionando assim sua morte. Naquele momento o mundo desabou sobre ele. Então, teve a mais absoluta consciência de tudo que acontecera ao longo dos anos. Viu-se só! Não construiu nenhuma amizade! As pessoas o rejeitavam, e a única pessoa que o aceitava, agora se encontrava morta pela mão incapaz de retribuir o carinho de um abraço!