A POSSESSÃO SEGUNDO O POSSUIDOR

– Momento 01: segue a ideação:

TELEPATIA ENTRE OS AFETOS

Percebo que os poetas são, fundamentalmente, frutos mal digeridos do inconsciente coletivo. Há telepatia entre os afetos. Por isso, nada de individualismos. Quem não sente esta linguagem só faz versos, nunca chegará à Poesia.

– Do LIVRO DOS AFETOS, 2005/2009.

http://recantodasletras.uol.com.br/pensamentos/781243

– por Joaquim Moncks, remetido via Orkut, em 08/09/2009, 13h08min.

– Momento 02: retorna em forma de poema.

Me digas tu que és sábio,

que já viveste mais que o mundo,

que és detentor de conhecimento profundo,

que compraste toda a verdade do mundo,

por favor, em que ato, ou decreto abstrato,

ou quiçá delimitado em contrato,

ou em algum decrépito decreto,

abjeto e já casto,

onde estaria escrito

este conceito escasso,

que poesia não é individual,

que é coletivo inconsciente bacanal,

de letra sem traço pessoal.

Se me mostrares, me amputo de "Mim"

e quiçá a poesia que dizes que não existe, tenha fim.

Assim os críticos, tristes e satíricos sejam poupados

dos pessoais universos poetados.

Ana Laura Kosby Lyra, via Orkut, em 08/09/2009, 13h21min.

– Momento 03: abre-se a conversa sobre tal e qual...

Aninha, amada! Gostei muito do bom poema circunstancial que me ofertaste. E com que rapidez, poetisa! Abres, com apreciável talento, a reflexão original. Tudo à tua moda e ótica, como seria de se esperar. A Poesia sempre se presta à discussão, porque ideia aprisionada na metáfora. A ela se furtam os preguiçosos e os intelectualmente despreparados. Tu, cabecinha privilegiada, passas longe desta hipótese. Sei que o meu alter ego é sempre a antítese. Ele me ocupa em plenitude ao deixar escapar a palavra como um peixe que vomita a isca. Este é o papel que me é reservado. Inscrevê-lo no mundo com pertinácia. Cumpro, desta forma, a minha urdidura de neurônios. Entre o algo e o nada mais.

– Do livro O HÁLITO DAS PALAVRAS, 2008/2012.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/1799059