Lição de Humildade
LIÇÃO DE HUMILDADE
Em certa era, num lugarejo distante nascia no mesmo dia na mesma hora quatro pessoas, homens fortes e de famílias honradas.
Aos quais foi dado o direito total de escolha.
Forjada por forças divinas, quatro cruzes, as quatro tinham o mesmo tamanho, assim como os quatro homens tinham o mesmo físico, cada cruz feita de material diferente.
A primeira cruz feita de ouro, a segunda de prata, a terceira de bronze e a quarta de madeira.
Foi dado o direito de escolha da família mais rica para a mais pobre, sendo que o homem mais pobre foi o último a escolher.
Cada um deveria escolher a cruz que queria para si e deveria carregá-la até o dia de sua morte.
O primeiro homem escolheu a cruz de ouro por ter maior valor e ser objeto desejoso; o segundo homem escolheu a de prata porque assim como o ouro a de prata tinha muito valor e por muitos era cobiçada; o terceiro escolheu a de bronze por ser das que lhe tinha direito a de maior valor; o quarto homem ficou com a cruz de madeira que lhe tocou por direito.
Foram lançadas a caminhar e todos seguiam o mesmo caminho, os mesmos obstáculos.
Os anos se passavam e a jornada continuava e cada cruz parecia mais pesada do que realmente era, as cruzes de metal provocavam ferimentos nos ombros dos seus donos, quanto mais o tempo passava, a ferrugem e a sujeira no metal o tornavam ainda mais volumosos e pesados, enquanto que a cruz de madeira com o sol e o tempo se tornava cada vez mais seca, as traças e cupins iam devorando-a e assim cada vez ficava mais leve, e a cada trecho percorrido o mais pobre parava esperava os outros e curava suas feridas. Depois de muito caminhar foi de encontroa eles um senhor de sabedoria esmerada e fez uma só pergunta aos quatro, “Se vais carregar o seu tesouro até o dia de sua morte e nada vai lhe servir, a não ser para fazê-lo sofrer, vale à pena?”
Então a humildade colocou os quatro em pé de igualdade e a jornada se tornou mais leve e mais suave.
O Poeta da Solidão