COMO DOIS BONS AMIGOS


O vento hoje soprou tão forte
que até pareceu que o tempo dele se escondeu.
Mas de súbito o tempo saiu de onde estava,
e foi de encontro ao vento, pedir
que sua ira logo passasse.


E que se possível ele esquecesse
tudo que ontem aconteceu porque o amanhã
poderá ser mais penoso, e tudo que fora feito
hoje amanhã poderá não ter mais efeito.


O vento soberbo como sempre
quis mostrar ser valente, e como de costume
quis mostrar ser mais inteligente. O tempo mesmo assim,
deu um passo a frente, e como quem nada
se mostrou ser bem mais superior.


Tornou a falar com o vento
e logo depois como dois bons amigos
seguiram em frente. Esquecendo assim
toda valentia imposta pelo vento.