O VESTIDO DE FESTA

“Oi poetinha JM! Obrigada pelo elogio! Vale muito vindo de ti, pois sei que és muito exigente. E podes deixar que enviarei aos meus leitores o teu poema "Flor da Ausência", mas só na semana que vem, pois no fim de semana o Orkut fica como aquelas cidades abandonadas dos velhos filmes de bang-bang, com arbustos secos sendo arrastados pelo vento nas ruas desertas, rsss! E seria uma pena que um poema tão belo tivesse pouca audiência! Beijão! Lenise Marques, pelo Orkut, em 14/08/2009, 10:45”.

Quanto ao elogio, bem o mereces, porque tu és dedicada ao universo da Poesia e da humana sensibilidade, aliados ao reiterado exercício intelectual. A tua alegoria de justificativa – a das velhas cidades do faroeste americano – dá um clima pra fazer uma bela croniqueta ou um conto figurativo. Quando isso ocorre, as palavras saem com mais desenvoltura, lépidas e faceiras, em seus vestidos de festa. A palavra bonita, bem vestida, desce em nós como um quindim de Pelotas, a minha santa terrinha de doçuras. E saliva nos olhos o palatino das delícias.

– Do livro O NOVELO DOS DIAS, 2010.

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