REFLEXÃO
Que bom seria se todos caminhassem na mesma direção. Que o brilho de cada olhar não fosse tão comum. Que a cada passada as marcas deixassem apenas saudades de todos os momentos contemplados, e tão contemplados momentos...
Que a vaidade fosse trancafiada em seu ser, e jamais compartilhada aos extremos. Que as notas de um instrumento contagiasse em euforia as agitações de um fim de dia, assim abalasse a tristeza do dever, para se transformar na satisfação de ter feito parte de algo, ter construído uma etapa que a pouco será o edifício dos sonhos.
Que bom seria se fôssemos o que precisamos ser sem tirar ou por, apenas contribuintes para um processo de vida, onde a violência tão praticada fosse esquecida, e não mais fizesse parte de cada história individualizada.
Pois se critica a violência exposta em jornais, revistas, rádio, televisão, enfim, mas esquecemos de nos criticar quando olhamos para alguém com o olhar atravessado, quando lutamos por um espaço já ocupado sem pedir licença, quando falamos mal aos berros ou mesmo em silêncio das atitudes que não aprovamos, quando fazemos por obrigação algo que o pensamento discorda, quando deixamos nossa personalidade em troca de uma máscara a usufruir de benefícios próprios. Com isso alimentamos a todo instante, muitas vezes camuflado, outras vezes não percebido, aquilo que não se esforça para combater, a começar dentro de nós, a que chamam de violência, que nada constrói, apenas nos tornam cada dia mais irracionais, homens incomunicáveis!
Enfim, que bom seria se não enxergássemos tantos defeitos, uma vez que somos tão iguais!