O Quadro da Tereza
O QUADRO DA TEREZA
O caminho para o inferno se inicia num bar
Assim estava escrito no quadro
Que muitos protestantes guardam, com muito zelo
Chamado “Os dois caminhos”.
Dois caminhos: o da direita porta estreita
Não mais que uma trilha no meio do pasto
Um lugar bucólico, calmo, fonte de águas e riachos,
Mães com seus filhos, sem sexo
Igrejas, o caminho que leva aos céus
O da esquerda, porta larga, amplo urbano e rico
Homens e mulheres sem filhinhos, sexo sem filhos
Terminando no inferno
Estátua de Baco de um lado
Estátua de Vênus do outro
Assim se inicia o caminho da perdição
Entre o vinho e o sexo
Cuja primeira cena é de um grupo de homens e mulheres
Assentados alegremente numa mesa
Conversando e bebendo
Protestante não ia a bar
Se for pede água mineral
Pois tem o perigo de um católico
Vendo o guaraná, pensasse que era cerveja
Causando testemunho indigno de um crente
Não é só protestante que pensa assim
Todas as pessoas de moral inquestionável pensavam igualmente
Era sabido que os bares era lugar de perdição
Onde se fumava, se bebia e jogava
Mulher de respeito jamais iria a um bar
Desde á mais tenra idade
Toda vez que eu ia à casa da Tereza
Ela me apontava o quadro que ficava na parede da sala
Mostrava-me e perguntava-me
Qual caminho você acha mais bonito?
Eu olhava aquele quadro
Os desenhos dos dois caminho
Mas a Tereza, hoje eu sei
Que ela não era uma boa ouvinte
Ela não gostava de ser contrariada
Muitas vezes ela ficou brava comigo
Quando perguntava alguma coisa
Que respondesse o que ela não queria ouvir
Logo ela vinha com os sermões
Descobrindo isso, quando ela me perguntava.
Eu sempre falava o que ela queria ouvir
E não minha verdadeira opinião
Pois para Tereza, minha opinião era inadequada
Mas eu as achava lindas. Como os dois caminhos
Nunca ela soube qual era o caminho
Que eu achava mais belo
Verdadeiramente, ela não sabia ouvir
Quando não se sabe ouvir o coração de uma pessoa
Nunca o conhecerá assim como ele é. E você sabe ouvir?
J.F,Alvarez