AINDA HÁ TEMPO
AINDA HÁ TEMPO
Qualquer coisa sem sentido, mesmo que se perca em uma direção, mesmo que vá além de nossos olhos, ou se camufle entre o pensamento e o real, ainda há tempo de sentir o que não foi sentido, de vibrar, correr e parar no ponto ideal, estacionar os pés e viver o auge, um só momento em um só tempo, e assim demarcar nosso maior anseio, simples e aclamado em liberdade.
Se preciso for, pegar carona no vento e chegar ao desconhecido, e lá escrever em gotas de suor o sonho que ainda não se realizou, pois a maior ventania aguarda o fraquejo, uma brecha que faça desistir, e assim transformar o sonho em uma mera fantasia, desacreditada diante da saudação de um vento veloz, capaz de narrar o fim.
Ainda há tempo de não precisar sentir o fim, pois antes do fim sempre haverá um recomeço embalado pelo ato de pensar, e assim, fazer desse pensar um caminho rodeado por ideias nunca tão sólidas, mas que podem ser observadas no intuito de uma melhor conclusão.
Ainda há tempo de medir uma e outra consequência, comparar o momento, analisar o tempo, voltar os olhos para as nuvens e saber que a pouco a mesma nuvem se transformará em uma outra figura, e de acordo com a imaginação novas figuras surgirão e se em uma delas vier a escurecer, poderá despencar-se em chuva, e se desfazer na imensidão do infinito.
Enfim, há tempo de se desmascarar, e ser quem desejar ser, basta apenas coragem, basta apenas um senso comum. Quando a consciência insistir em acenar, estique-lhe os braços e mergulhe fundo no próprio coração, não se surpreenderá com a resposta que tanto procura!