A TODOS DO RECANTO

Muito boa tarde queridos amigos desse Recanto.

Vocês bem sabem que vez por outra eu recorro à possibilidade de uma mensagem geral, para que consiga trazer alguma elucidação a certos temas que me envolvem e que costumam deixar minha caixa postal particular abarrotada de e-mails.

Ultimamente eu pareço ter me tornado um especialista em "polêmicas involuntárias". Digo involuntárias porque não tenho a menor pretensão de mergulhar em contendas fúteis, que não edificam e fogem profundamente do que eu creio ser a razão de existência de um site literário.

Ocorre, porém, que o Recanto das Letras não é especificamente um site ocupado por anjos e heróis. Por aqui, infelizmente, também circulam pessoas infantis, maldosas, preconceituosas e indecentes, a ponto de promoverem toda sorte de porfias, dissensões e inverdades. Estou certo de que não sou o único a perceber isso e a ser vítima de tal absurdo.

Eu poderia manter o silêncio, como me é peculiar e costumeiro, mas há uma considerável gama de pessoas que me são especiais por aqui. Pessoas que me entendem, que me respeitam, que apreciam meu trabalho e atribuem alguma credibilidade às minhas palavras. Não tenho a pretensão de conseguir aquilo que nem Jesus conseguiu, mas em atenção e cosideração a essas pessoas que acabo de citar é que estou aqui, fazendo uso uma vez mais dessa tribuna, não de defesa pessoal, mas de esclarecimentos verídicos.

Sem citar nomes, quero reproduzir duas frases contidas em algumas das centenas de e-mails que tenho recebido, as quais sintetizam todas as demais e que justificam a presente mensagem. Ao respondê-las, espero estar sendo claro com todos aqueles que algo semelhante já me enviaram.

"Reinaldo, depois que voce ficou famoso mudou muito. Ganhou um fã clube, passou a ser o queridinho das mulheres e nunca mais nos tratou como antes. Na minha escrivaninha nunca mais passou. Será que é porque sou feia? Ou será que simplesmente a fama não te deixa mais lembrar dos antigos amigos?"

A pessoa que me enviou essa mensagem é alguém que sempre apreciei muito e que proporcionalmente recebeu mais visitas e mensagens minhas do que qualquer outra pessoa no Recanto. Mas, uma redução quantitativa de minhas manifestações lhe proporcionou essa interpretação.

Eu, porém, pergunto? Qual é a fama que eu obtive aqui? Será que alguém poderia me esclarecer que tal fama é essa que me é atribuída? Onde estão os jornais que me saúdam, os canais televisivos que me celebram ou as notas críticas que me ovacionam? Onde estão os prêmios literários de meus best-sellers? E não obstante, onde estaria a fortuna e o poder decorrentes de tudo isso?

Saibam senhoras e senhores que Reinaldo Ribeiro é um homem comum. Desses que acorda as 6 da manhã, anda de transporte público, vive com um salário modesto e por meio dele sustenta decentemente sua esposa e seus dois filhos. Não sou um homem famoso, não sou uma estrela e nem mesmo dentro de minha própria cidade tenho a notoriedade, que seria a hipotética razão dessa arrogância e vaidade que uns poucos maldosos avistam em mim.

Esse tal fã clube foi e ainda tem sido uma dor de cabeça pra mim por aqui. Apesar da leitora que o criou já ter desfeito tal coisa e inclusive explicado as razões em seu perfil aqui no Recanto, eu continuo sendo atacado por pessoas que dizem que eu mesmo sou o criador de tal iniciativa e que dela me locupleto. Pensem o que quiserem. Tudo que sei é que não tenho nenhum fã club e nem sou merecedor disso. Outras pessoas falam daquilo que pensam, mas eu, nas poucas vezes que me pronunciei sobre o assunto, disse o que ainda mantenho: não tenho e nem há qualquer motivo para que eu tenha algum fã club, pois não sou um artista célebre, não sou melhor escritor do que ninguém daqui e nem um autor de sucesso. E isso é tudo!

E quanto à demora em visitar e comentar alguns colegas, só posso pedir perdão pela ironia, mas quem sabe se algum dia eu deixar de ser humano, eu também possa ser capaz de atender a contento aqueles que me criticam nessa área. Até lá, vou lutando com minhas forças limitadas, conciliando minhas responsabilidades cotidianas com os eventuais acessos a esse site. Agradeço aos que me compreendem e perdôo os que me julgam equivocadamente nesse particular. Agora, a segunda frase:

"Reinaldo, você sabia que está destruindo muitos relacionamentos por aqui? Seus textos e comentários estão separando casais."

Eu nunca tinha falado sobre o tema publicmente, mas não é a primeira vez que leio algo assim a meu respeito.

É comum - até já me acostumei - a receber manifestações ambíguas sobre os efeitos de minha obra no meu e-mail particular. Centenas de recados agressivos de homens que se dizem maridos, noivos e namorados enfurecidos de ciúmes, pelo modo como trato suas companheiras ou até mesmo pelo conteúdo de meus poemas. Em geral não se identificam e nem afirmam quem seria a tal companheira "assediada" por mim. Por outro lado, também recebo mensagens de agradecimentos oriundos de todo Brasil, de homens que dizem que meu poema serviu como mecanismo de restauração, de conquista ou re-conquista e de felicidade na relação a dois. Fico então a me indagar: estou fazendo o bem ou o mal através dos meus escritos?

Isso não é tudo. Há uma grande quantidade de mensagens, contendo propostas, confissões e até narrativas de sonhos comigo, assinadas por mulheres, as quais em geral se dizem casadas e insatisfeitas. Todas são leitoras de meu trabalho aqui no Recanto.

Preciso esclarecer, porém, que recebo tudo isso com muito respeito por todas essas pessoas. Muito de todo esse conteúdo é impublicável e na maioria das vezes faço até "ouvido de mercador", sequer respondendo ao que me é dito.

Não sou um destruidor de relações. Não escrevo com esse intuito. Meu escrito não é comercial e nem nocivo a quem quer que seja. Pelo menos não voluntariamente. Peço perdão se esses efeitos possam ter sido gerados, porém asseguro que não pertem de mim com essa perspectiva. A palavra escrita evoca muitas consequências, e, infelizmente, ocasionalmente, essa pode vir a ser uma delas. O que me alegra mesmo é saber do uso que muitos têm feito de meus textos para finalidades construtivas e românticas. Essa semana mesmo, um amigo de Rondônia me pediu autorização para fazer um painel em sua cerimônia de casamento contendo um de meus textos. Ele me disse que ganhou o sim do pedido de casamento, recitando esse poema pra ela. Isso me interessa bem mais e me deixa extremamente feliz.

Quanto aos meus comentários nos textos de algumas poetisas, digo que os faço com espontaneidade. Não sou homem de viver na moita ou conter meus sentidos. Nem da minha própria esposa me escondo. Ela verifica todos os dias as mensagens que recebo e ficam publicadas por aqui. Não apago nada, nem mesmo as palavras ofensivas. Em geral falo do que sinto e penso. Todos os dias há frases que falam de amor por mim ou desejos para comigo e nem por isso tenho que enfrentar crises de ciumes em casa. Sou casado com uma mulher madura e sedura de si, e isso faz toda diferença.

Esse é um site de presumíveis poetas adultos. A linguagem romântica, sensual, surreal e intensa são fenômenos típicos a esse tipo de espaço. Tenho absoluta certeza de que não sou impertinente e nem desproporcional. Lamento que hajam pessoas infantis a ponto de fazer mal juízo disso.

Mas, fiquei sabendo que algumas poetisas andam retraídas comigo devido a pressões sofridas por maridos e/ou namorados, devido a meus comentários em suas escrivaninhas. Pena que algumas mulheres ainda se sujeitem a esse tipo de subjulgo, pena que a democracia das idéias e da livre expressão tenha que ser tolhida e podada pelos aguilhões da insegurança e dos ciúmes infundados. Pena que os homens agressivos, possessivos e dominadores ainda tenham tanta ascendência até mesmo sobre mulheres intelectualizadas e vencedoras. Mas, em respeito ao que há de mais sagrado pra mim, que é a família, deixo dois recados aos ciumentos que me abominam:

1. Sou um homem muito bem casado, com 15 anos de solidez emocional ao lado da mesma mulher, a quem eu amo incomensuravelmente e por quem entrego minha vida todos os dias. Logo, não sou ameaça a nenhum outro relacionamento.

2. Estarei repensando a postura de meus comentários a partir de hoje, e em função das más interpretações e sobretudo da mudança de alguns para comigo, serei mais formal que caloroso.

Agradeço a paciência de todos que me leram até aqui. Não sou bom no quesito brevidade.

Agradeço também os muitos elogios à minha série retrô, aos duetos e à série Duetos Maranhenses. Faço tudo isso com muito amor e dedicação. Tenho já uns 250 textos inéditos prontos e que logo estarão sendo postados. Basta-me apenas fazer o registro autoral.

Peço orações e ajuda de todo gênero aos meus irmãos maranhenses vítimas das fortes chuvas desse ano. Estive pessoalmente nas áreas mais atingidas e posso afirmar que nunca vi nada parecido, como, por exemplo, rios com mais de 10m acima de seu nível normal, pessoas vivendo pelas ruas em total desabrigo, corpos levados pela água e nunca localizados e até mesmo uma cidade inteira engolida pelas águas (Trizidela do Vale).

Que Deus abençoe e socorra os meus irmãos maranhenses e recompense todos aqueles que forem capazes de lhes estender a mão!

Um forte abraço a todos!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 11/05/2009
Código do texto: T1587936
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