Viagem feliz com ótimo resultado...

Dentro do tema "A Caravan 1983 e a Faculdade", a mão direita não precisa saber o que a esquerda faz, o nosso trabalho comunitário também não deve ser visto pelos homens e, sim, por Deus. Ele é quem os vê e, com certeza, mais feliz aquele que pode praticar atos de bondade e amor todos os dias, não importando a magnitude. Que seja um simples bom dia a alguém já é um ato de amor, como a simples ajuda a alguém atravessar a rua.

Porém me inspirei a escrever estas linhas: lamentavelmente o nível escolar do brasileiro está em 3,5 anos de desenvolvimento de estudo. Quando se mede a frequência e a média do desenvolvimento escolar com relação a países desenvolvidos esse nível pula para 12 anos em média, um prato cheio para os políticos de maneira geral, pois quanto mais o povo sem instrução melhor. A maioria ainda não compreende as falcatruas políticas que são práticas como as que estão hoje na mídia. O astro do futebol Pelé, o Edson Arantes do Nascimento, certa vez sentenciou que "o povo brasileiro não sabe votar". Certamente dentro deste ideal onde se vota por dinheiro. Sempre gostava e gosto de estudar, embora não sendo passível no início da pré-infância e adolescência por morar na roça junto aos pais, embora fazendo o primeiro nível (o antigo primário) muito bem feito e, na falta de material didático, lia tudo que via pela frente, jornais velhos que vinham em embrulhos de açougue e mercadorias, revistas velhas "O Cruzeiro" e "Manchete" que ganhava e mais. Logo que surgiu uma oportunidade não vacilei, indo concretizar meus sonhos que era estudar mais e trabalhar no comércio, o que se deu em Barretos/SP. Os tempos correram, trabalho, estudo, experiências empresariais e vim para Frutal/MG no final de 1967, ao terminar o curso de Técnico em Contabilidade, curso este que fiz duas vezes, desta feita já trabalhando por conta própria. Fundei a Auto Peças Pedroso com muito trabalho, muita dedicação, uma vida pelo projeto, sucesso e em 1980 concretizei mais um sonho, o de entrar para a Maçonaria cuja missão era ajudar a fundar a Loja Maçônica Paulo Martins Goulart, 83 em Itapagipe/MG, e posteriormente em meados do mesmo ano fundávamos a Loja Maçônica Comendador Gomes da Silva, 90 em Frutal/MG com projetos concluídos. Sempre preocupado com os ideais expostos no inicio desta matéria, da falta de escolaridade do brasileiro, o meu exemplo inicial, principalmente o frutalense, que sempre enfrentava e ainda enfrenta vários ônibus para estudar fora, acontecendo comigo também que em 1973 comecei a estudar Direito em Uberaba na Uniube, tendo que parar por a estrada ser de terra naquela época e também devido aos compromissos na empresa.

Foi, portanto através da instituição maçônica que abracei esta idéia e por quase dez anos, tempo em que fui presidente da "Comissão pró-faculdade" onde ao longo dos anos, fiz muito mais de trezentos pronunciamentos, várias correspondências e viagens com esta finalidade, reuniões com políticos, com prefeitos, com padres, com executivos, em escolas e com a sociedade e finalmente uma viagem a cidade de Ituverava/SP, onde surgia um vago interesse, pois a Maçonaria local tem até uma fazenda na estrutura de um projeto educacional universitário agrícola. Nós já estávamos lá pela segunda vez e desta feita nos acompanhando o membro de nossa Loja Maçônica, o também fundador o Ir.: Mário Teixeira, hoje no andar de cima, e nesta trazíamos esperanças, pois nos convidaram para voltar no próximo mês para uma visita ao campus na zona agrícola. Esta noticia provavelmente chegou aos ouvidos do reitor da Uniube, professor Mário Palmério, de Uberaba, talvez através de seu amigo frutalense Gilberto Alves de Souza, ex-prefeito que, quando no seu mandato no Executivo frutalense a comissão "pró-faculdade", reunimos com o mesmo várias vezes sobre o ideal, que também ele se apresentava esperançoso e adepto, sempre colocando em estudo e dando a máxima atenção. Foi quando o professor Palmério ligou para o mesmo pedindo o nosso comparecimento em Uberaba/MG. Marcamos e agendamos a visita no sábado, dia 23/09/1989, data em que convoquei os membros da "comissão pró-faculdade" Alcy Queiroz e Armando Miranda, nos acompanhando, a pedido do professor Palmério, o ex-prefeito Gilberto Alves. Alcy Queiroz sugeriu que levássemos o também membro da Loja Maçônica Comendador Gomes da Silva 90, o vereador e Ir.: Ronaldo Wilson dos Santos, o que foi feito.

Ligamos para o mesmo e, minutos depois, apareceu já pronto para viajar. Para a viagem foi utilizado o meu veiculo de uso particular e de serviço na minha empresa Auto Peças Pedroso, uma Caravan 1983, que não sendo de direção hidráulica ficava um pouco mais pesada e a direção necessitava de alguns reparos para viagem, devido a alguns vazamentos, porém a vontade de conseguir a faculdade era tanta que nem relatei isso com os mesmos, pois se relatasse poderiam deixar para outra oportunidade e esfriar os ânimos. Pensei: "Seja o que Deus quiser" e fomos.

Em viagens procuro não conversar e dedico toda a atenção ao veiculo e à estrada, às vezes agradecendo mentalmente o tempo todo "muito obrigado, muito obrigado, muito obrigado", maneira que uso ao viajar. Na estrada ia pensando também que estávamos indo ao encontro de um grande ideal, estou com este carro já antigo, com alguns problemas levando estas personalidades. Não poderíamos estar num carro melhor? Quem sabe um carro da administração pública municipal? Até que chegamos a Uberaba e fomos direto para a casa do reitor numa chácara nas proximidades, se não me foge a lembrança, do aeroporto. Tamanha foi sua grande alegria por rever e reencontrar seu grande amigo Gilberto Alves de Souza e alegria também por termos ido até o mesmo que estava esperando, super interessado em estender a Uniube de qualquer maneira de Uberaba a Frutal naquela oportunidade.

Na sua casa havia vários viveiros de pássaros das mais variadas espécies e diversos cães num lugar aconchegante e tranqüilo. Papos e conversam sobre seus livros, já que o mesmo também é autor. Sua participação na política e em pescarias onde escreveu um romance em um barco, nos intervalos da conversa sobre o nosso objetivo: "a faculdade em Frutal". Conversa toda pronta, ficou agendada para a semana seguinte sua visita à nossa cidade. Este, chegando em nossa comunidade, foi recebido por vários irmãos de minha Loja Maçônica Comendador Gomes da Silva, 90 e eu, por ter viajado, não participei desta reunião. Estavam presente os membros que foram conosco a Uberaba e mais um irmão dedicado à agropecuária. Foi lhe mostrado vários locais começando pelo ISPA, o Ginásio Brasil, um galpão próximo à rodoviária onde foi instalada provisoriamente a Universidade Uniube, sendo que este irmão quis mostrar também um terreno de sua propriedade próximo à Copasa, que foi prontamente aceito pelo mesmo com muita alegria e afeto, segundo suas exclamações no local naquele dia, definindo como "este é o local ideal" , e marcando o local a ser colocado "um cruzeiro", ou seja, uma grande cruz de madeira, simbolismo religioso cristão católico.

Tudo isto porque já havia recebido através deste irmão um nome que certamente ficará também na historia da educação frutalense por seu desprendimento e principal motivador, pela doação por cinquenta anos de 4,84 hectares de chão dentro de sua fazenda e o seu esforço para erigir o campus universitário, sendo jurídicamente documentado e enquanto a Uniube funcionava provisoriamente próximo à rodoviária, equipes de construtores do professor Mário Palmério projetaram e erigiam a todo vapor todas as dependências necessárias ao novo campus em propriedade cedida gratuitamente por décadas e que logo ficou pronto abrigando agora com mais condições o aluno Uniube.

Devido a muitos afazeres por estar presidindo a ACIF e por meu trabalho empresarial, já havia passado à presidência da Comissão "pró-faculdade" para o Alcy Queiroz no ano de 1990. Este campus foi mobiliado com todas as necessidades como salas de aula, laboratório, sala de computação, etc. pelo professor Mário Palmério e que foi posteriormente tudo doado à Fundamec, através de seu filho, Marcelo Palmério, obedecendo à intenção do seu pai, que no início do projeto dissera, "vou explorar a faculdade alguns anos, minha intenção é somente difundir o estudo e oportunidade a mais pessoas, depois passo tudo para a vocês".

O sonho fora evidente realizado com a dedicação do Ir.: Alcy Queiroz e demais membros da Loja Maçônica que abraçaram a causa. Porém, com o correr dos anos, "colocaram a luz debaixo do alqueire", no que diz a frase bíblica, pode até ter havido falha nossa de não ter acompanhamento de perto o projeto, mas o essencial é que o poder público municipal, junto à comunidade, tivesse assumido e dado apoio logístico a alunos de fora, divulgando em rede de TV da região, o projeto não teria murchado na primeira fase, após a formatura de diversas turmas em vários ramos de atividade, tendo até alunos hoje professores da 2ª fase.

Segunda fase: Hoje temos a UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais), graças aos esforços concentrado dos IIr.: Ronaldo Wilson dos Santos, Ildebrando Jesus de Miranda, Jerônimo José de Oliveira, Adalberto José Queiroz, Nárcio Rodrigues da Silveira, José Maia e outros.

O Ir. : José Pedroso

Ano 2007

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 03/05/2009
Reeditado em 12/12/2009
Código do texto: T1573402
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