Para um amigo viciado no álcool

A mente intransigente

de tanta gente,

mau, adstringente

diz se fazer delinqüente.

Mesmo quê você tente,

se disperse, invente,

quase sempre reincidente,

não se faça indiferente!

Tente novamente,

mas não tão somente;

Pois tão maldizente

do que se sente,

é o homem que mente

que é doente.

Martiriza forte e imponente

Maltrata em vício impotente

contra o seu próprio ventre...

E alguns amigos presente,

que os tem serviente,

Dizem: -Levante!

Seja forte e valente!

Olhe para frente!

Lembre-se dos lactentes,

Dos adolescentes,

Dos indigentes;

Daqueles amigos e parentes

Que jaz tão recente

não mais vêem o Sol nascente.

Faça-se um ser sapiente.

Agora, bem urgente,

evite esse líquido dolente.

Não deixe quê essa gente,

quase sempre ausente,

(disso sei que se recente)

lhe dê botes de serpente.

Brilhe! Vire reluzente.

Porque Deus lá no onipotente,

Magnífico e bem coerente,

não escolhe filho diferente.

Pois este teu amigo confidente,

e todas as preces em corrente,

unidos e sempre crentes

no amanhã, lá na frente

iremos enfim rir contente.

Uma vitória decente,

brilhante e eloqüente...

“De você , sobrevivente”.

Desta execrável aguardente!

Marcos Antony
Enviado por Marcos Antony em 27/04/2009
Reeditado em 07/06/2009
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