Para um amigo viciado no álcool
A mente intransigente
de tanta gente,
mau, adstringente
diz se fazer delinqüente.
Mesmo quê você tente,
se disperse, invente,
quase sempre reincidente,
não se faça indiferente!
Tente novamente,
mas não tão somente;
Pois tão maldizente
do que se sente,
é o homem que mente
que é doente.
Martiriza forte e imponente
Maltrata em vício impotente
contra o seu próprio ventre...
E alguns amigos presente,
que os tem serviente,
Dizem: -Levante!
Seja forte e valente!
Olhe para frente!
Lembre-se dos lactentes,
Dos adolescentes,
Dos indigentes;
Daqueles amigos e parentes
Que jaz tão recente
não mais vêem o Sol nascente.
Faça-se um ser sapiente.
Agora, bem urgente,
evite esse líquido dolente.
Não deixe quê essa gente,
quase sempre ausente,
(disso sei que se recente)
lhe dê botes de serpente.
Brilhe! Vire reluzente.
Porque Deus lá no onipotente,
Magnífico e bem coerente,
não escolhe filho diferente.
Pois este teu amigo confidente,
e todas as preces em corrente,
unidos e sempre crentes
no amanhã, lá na frente
iremos enfim rir contente.
Uma vitória decente,
brilhante e eloqüente...
“De você , sobrevivente”.
Desta execrável aguardente!