De alegre se fez triste, que outros vampiros vieram!
Hoje "era" noite de festa... durante a noite, há 35 anos, os
Capitães de Abril derrubaram a Ditadura.
Logo de madrugada (dormia com o rádio ligado sob a almofada) escutei a notícia e saí, com uma amiga, para a rua.
Como nós, tantos outros portugueses, cheios de alegria!
Surgiram os cravos vermelhos, que os soldados enfiaram no cano das
espingardas - vamos acabar com a guerra!
Dia 25 abriram-se as prisões dos que ousavam pensar por si mesmos e
respeitar os direitos humanos.
Sempre houve cantigas no Largo, perto da minha casa... hoje mal se escutou um canto triste e vozes que alto protestavam...
Amanhã, dia da Revolução dos Cravos, darão a uma praça o nome do Ditador a uma praça, na sua terra.
Será homenageado o tirano, por ordem de quem tantos morreram.
Os homens da minha idade ainda não conseguem falar das bombas de Napalm, das emboscadas no mato, do fogo lavrando em África, do barulho dos tiros que lhes estremecem os pesadelos.
Hoje, foram mais operários despedidos, já são cerca de cinco mil
desempregados entre os dez milhões que éramos.
A população decresce, envelhecendo na miséria.
Não apetece cantar Abril!
Estou muito, muito triste... Ah, se outra Revolução houvesse como há 35 anos,
surgiriam de novo os cantos que no peito guardamos!
25 de Abril de 2009
Hoje "era" noite de festa... durante a noite, há 35 anos, os
Capitães de Abril derrubaram a Ditadura.
Logo de madrugada (dormia com o rádio ligado sob a almofada) escutei a notícia e saí, com uma amiga, para a rua.
Como nós, tantos outros portugueses, cheios de alegria!
Surgiram os cravos vermelhos, que os soldados enfiaram no cano das
espingardas - vamos acabar com a guerra!
Dia 25 abriram-se as prisões dos que ousavam pensar por si mesmos e
respeitar os direitos humanos.
Sempre houve cantigas no Largo, perto da minha casa... hoje mal se escutou um canto triste e vozes que alto protestavam...
Amanhã, dia da Revolução dos Cravos, darão a uma praça o nome do Ditador a uma praça, na sua terra.
Será homenageado o tirano, por ordem de quem tantos morreram.
Os homens da minha idade ainda não conseguem falar das bombas de Napalm, das emboscadas no mato, do fogo lavrando em África, do barulho dos tiros que lhes estremecem os pesadelos.
Hoje, foram mais operários despedidos, já são cerca de cinco mil
desempregados entre os dez milhões que éramos.
A população decresce, envelhecendo na miséria.
Não apetece cantar Abril!
Estou muito, muito triste... Ah, se outra Revolução houvesse como há 35 anos,
surgiriam de novo os cantos que no peito guardamos!
25 de Abril de 2009