A MENINA, O ARCEBISPO E O MONSENHOR.
Depois de protestar, veementemente, contra a declaração insensata, insensível e desumana do Arcebispo de Olinda e Recife – Dom José Cardoso Sobrinho, sobre o aborto da menina de nove anos, não poderia deixar de agradecer a Deus e de público registrar meu respeito pelo monsenhor Salvatore Rino Fisichela, Presidente da Pontifícia Academia Para a Vida da Cidade do Vaticano – Itália.
Em artigo publicado dia 14/03 o monsenhor diz: (...)"Antes de pensar em excomunhões seria necessário e urgente salvaguardar sua vida inocente, devolvendo a ela um nível de humanidade", (...) "A terrível historia da violência cotidiana" da qual a menina foi vitima, sofrendo abusos frequentes por parte de seu padrasto, "teria passado despercebida com a intervenção do bispo", (...) "deveria ter sido defendida antes de tudo", mas "não foi feito isto, lamentavelmente, prejudicando a credibilidade de nossas instruções que, para muitos, parecem marcadas por insensibilidade, incompreensão e falta de misericórdia". (...) A criança, admite o prelado no artigo, "levava dentro de si outras vidas, tão inocentes quanto a sua, embora frutos da violência, e que foram suprimidas, mas isso não era suficiente para fazer um julgamento que pesa como um machado*".
Como cristã, mãe, mulher, cidadã e pessoa que acredita no melhor do ser humano, fico feliz com esta declaração sensata e mais próxima, no meu leigo entendimento, dos ensinamentos de Jesus. A declaração do arcebispo, um atentado contra a sensatez, é uma prova de que quando não temos nada inteligente para dizer devemos silenciar e ele, certamente, perdeu uma ótima oportunidade de de ficar calado.
Uma pergunta: A Igreja Brasileira vai voltar atrás em sua decisão, perdoando os envolvidos?
* Grifo meu
Leiam a notícia na íntegra: http://noticias.uol.com.br/ultnot/ansa/2009/03/14/ult6817u2001.jhtm