Três poetas de "A Palavra do Século XXI"

Poetas da ALPAS XXI

Em Minas,sou Delegada da ALPAS XXI,uma associação que realmente visa promover o escritor.A coordenadora-em-chefe de "A Palavra do Século XXI"é Rozélia Scheiffler Razia,uma pessoa voltada para as Letras e para os autores.Já falei com ela algumas vezes por telefone e é de uma simpartia á toda prova.Volta e meia,a ALPAS XXI faz uma seletiva de textos com fins de edição em antologias.Essas coletâneas são bem bonitas e acontecem em regime cooperativo(os autores pagam por suas páginas).

Trago hoje alguns autores da ALPAS XXI,cuja sede é em Cruz Alta,RS.Os textos foram extraídos da "Agenda Literária 2001,exceto a minha,da antologia "Desafios"

1)CLONES DE CAMALEÃO

ROZÉLIA SCHEIFLER RASIA

(CRUZ ALTA-RS)

Digital,virtual,real.

poliglota,sábio,aprendiz.

global,nacional,regional.

Tudo além por um triz.

Criatura,criador.

semente,semeador.

As chaves das portas

da pós-modernidade

estão nas mãos de clones

de camaleão.

2)CALADA DA NOITE

ALBA PIRE FERREIRA

(Porto Alegre)

VEXAME

é dar voz ampla

às emoções

e não conseguir segurar

palavras sem sentido.

VEXAME

é estar de alma aberta

luminosa tal a luz do sol

servindo de palco

para ídículas cenas de amor.

VEXAME

é entre outras coisas

suspirar desejar

em plena calada noiteo abraço de um sonho.

3)A ALMA DAS COISAS

JOAQUIM MONCKS

(PORTO ALEGRE,RS)

A ALMA DAS COISAS (1)

“Bela esta manhã, sem carência de mito”. Drummond.

Joaquim Moncks

Bela esta tarde repleta de nuvens,

belo o enredo do amar, em que choram

as chaves do corpo, a alma das coisas.

São alvos os caninos noturnos.

A agonia consciente e inconsciente,

passando ao sol poente.

No azimute, ao norte, a morte.

Bússola que nos orienta.

De tudo que nos é atento

salvam-se os salmos, ramos de pureza,

mágicas canções, a clava dos que oram,

violão nos olhos da aurora.

Lento é o visgo

de quem vive pra dentro.

(1) Do livro O POÇO DAS ALMAS. Pelotas: Editora da Universidade Federal, 2000, p. 71

4)O VISITADOR

CLEVANE PESSOA DE ARAÚJO LOPES

(DA COLETÃNEA "DESAFIOS",2002-alpasxxi)

"Todas as noites

passa um fio deluz

pela fresta,

atraverssa a cortina

e me seduz

fazendo uma festa

para a menina

que dormita

dentro da mulher que acorda...

Com energias fluorescentes,

florescentes,

pega o açoite

que o dia usou

para castigar

minha poesia

-a com-panheira etérea

da fantasia-

e o transforma

em um fio de luar...

Apaixonada,

embora,

meu desejo constranjo

em pleno deslumbramento

quando re/descubro

que esse espectro

é um anjo...