CRÉDITO IMAGEM: www.cirugiaesteticaymastologia.com.ve/ imagene


Hoje recebi um e-mail que incentivou trazer para cá alguns poucos textos de quando estive doente. Na época, eu comecei a fazer um blog para mandar pro espaço a minha fragilidade humana.
Se estes textos estão servindo para algumas pessoas, creio que aqui poderá ter uma serventia maior
Se for pra ajudar estamos aqui.   


DE FRENTE COM A FERA 17.02.2005

Viver sempre é um grande desafio.
Passamos o tempo todo procurando exercer nossos talentos em busca fundamentalmente da tão sonhada felicidade.
E nessa luta, somos capazes de deixar para depois os consertos dos pequenos defeitos da nossa principal máquina que é o nosso corpo.
Comigo não seria diferente se a empresa em que trabalhei durante vinte e sete anos, não me obrigasse a me submeter a um exame geral anual, e com isso criar o hábito mesmo depois de me aposentar.
Como agosto é um mês meio perdido para mim, resolvi elegê-lo como o mês dos meus cuidados.
Tudo ok, mamografia nota 10 e saúde exemplar.
Em novembro, falando ao telefone com alguém, por um simples acaso toquei minha axila direita e meus dedos treinados em contar dinheiro encontaram um pequeno cisto ou nódulo, quase impercepitível, preso por ali.Um cisto de difícil acesso já que movimentação do braço o escondia e para achá-lo novamente foi preciso muita manobra com o braço e com os dedos da mão. 
Num passo adiante, busquei um médico mastologista a procura de um diagnóstico e na minha cabeça e no meu coração, de preferência um diagnóstico a meu favor.
Entretanto, o corpo não faz favor, ele está sujeito a chuvas e trovoadas assim como nosso alma, mas ele é mais educado e só reclama quando não tem jeito.
E lá fui eu buscar o resultado do exame histológico de uma pequena intervenção cirurgica para retirada daquele nódulo. E ao abri-lo a FERA uivou sonoramente para mim, era uma carcinoma ductal metastático.
Eu sabia o que era carcinoma, eu sabia o que metastático, mas o ductal apesar de saber que era de um ducto eu não imaginava nem de onde de onde era.
Por alguns minutos, o exame olhava para mim e eu para ele e a sensação era de uma fera mostrando os dentes e uivando pra mim.
Não conseguia chorar, como até hoje ainda não consegui.
Parti para o ataque a fera e fui buscar outra opinião em um centro maior do que eu deveria ou poderia fazer.
E dai em diante minha experiência será escrita neste blog, com a intenção total de ajudar ou dividir com outras
pessoas a certeza de que não é preciso ter medo do cancer, é preciso combatê-lo o quanto antes possível tendo uma vida feliz, uma vida saudável.