Lágrimas de uma Mulher
Fui filha, caçula mas nunca mimada.
Brincava, corria, caia...
E chorava tal qual qualquer criança.
Cresci e pela adolescencia também passei.
Sem tempo para ser problemática,
Logo uma adulta me tornei,
e bem depressa me casei,
pois a maternidade no meu ventre se anunciava.
E chorei...
Lágrimas de alegria derramei,
Quando em meus braços acalentei minha pequena menina.
Mau saia da meninice, e já era esposa,
já era mãe, e me achava realizada...
sem imaginar que mais uma flor de mim logo nasceria ...
E mais uma vez chorei de alegria...
Os anos passam, e tudo acontece,
a vida me derruba, a vida me sacode...
me levanta e fortalece.
E de repente acordei, um tanto assustada talvez,
de uma vida que mais parecia um sonho que se desfez...
E chorei...
Mas as lágrimas que hoje derramo,
não são de menina mimada,
mãe comovida,
ou esposa realizada...
Hoje são lágrimas de uma vida,
pela qual passei,
onde sem tempo ou lugar, não vivi o ser que me tornei.
Curiosa comigo mesma, hoje me descubro,
e as lágrimas que agora eu choro,
são lágrimas desse fruto maduro.
Ainda trago dentro de mim um pouco da filha,
da mãe e companheira,
mas hoje sem esquecer,
um minuto se quer,
da menina faceira, que se tornou Mulher.