Quem é o poeta?
(Por Leila Marinho Lage)
Fiz o PPS "As Águas de Minha Lembrança" para uma amiga que ficou toda prosa, mas deve estar morrendo de vergonha por estar aparecendo publicamente. É bonitinho o que ela escreveu.
(link: http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/1458274).
Ela não é escritora, nem poetisa, mas é também! Entenderam? Não? Quem é que nunca escreveu uma coisinha qualquer e até guardou num papelzinho amassado? Quem é que nunca se sentiu à flor da pele e colocou seus sentimentos por escrito?
A diferença entre um profissional e uma pessoa normal (acho que escritores são de outro mundo) é muito pequena. Encontramos verdadeiros poetas em qualquer canto desse mundo, até mesmo em lugares que jamais pensaríamos.
Eu achei mais um papelzinho amassado que escrevi quando era menina, quando escrevia muito mais do que hoje. No texto eu reconheci dizeres de Vinícius de Moraes, Pablo Neruda, Cecília Meirelles, Clarice Lispector, Arthur da Távola, Carlos Drummond de Andrade...
Naquela época eu lia muito mais e me encontrava nas palavras dos meus ídolos. Mesmo soando como plágio, decidi registrar aqui o sentimento de uma mocinha, que hoje não reconheço mais em mim, ou estou tentando reencontrar:
“Todo poeta se sente dono do sentimento humano.
Ele mora nas alegrias mais verdadeiras e nas tristezas abissais.
Os dramas são seus, como são suas as mais desenfreadas paixões.
As solidões, as esperanças, a paz, de tudo o poeta acha que é dono.
Ele as canta, escreve com rima ou anarquia.
Ele vagueia e brinca com todas as nuances do profundo.
Faz chorar, rir e aflorar aquele amor tão simples, mas tão sentido dentro de nós.
Aprendi com os poetas adivinhando minha alma e não me senti pequena diante deles. Será que este sentimento danado já foi sentido pelo poeta? Ou será que o poeta sou eu e não sei?”.
Rio de Janeiro, 1975
http://www.clubedadonameno.com
(Por Leila Marinho Lage)
Fiz o PPS "As Águas de Minha Lembrança" para uma amiga que ficou toda prosa, mas deve estar morrendo de vergonha por estar aparecendo publicamente. É bonitinho o que ela escreveu.
(link: http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/1458274).
Ela não é escritora, nem poetisa, mas é também! Entenderam? Não? Quem é que nunca escreveu uma coisinha qualquer e até guardou num papelzinho amassado? Quem é que nunca se sentiu à flor da pele e colocou seus sentimentos por escrito?
A diferença entre um profissional e uma pessoa normal (acho que escritores são de outro mundo) é muito pequena. Encontramos verdadeiros poetas em qualquer canto desse mundo, até mesmo em lugares que jamais pensaríamos.
Eu achei mais um papelzinho amassado que escrevi quando era menina, quando escrevia muito mais do que hoje. No texto eu reconheci dizeres de Vinícius de Moraes, Pablo Neruda, Cecília Meirelles, Clarice Lispector, Arthur da Távola, Carlos Drummond de Andrade...
Naquela época eu lia muito mais e me encontrava nas palavras dos meus ídolos. Mesmo soando como plágio, decidi registrar aqui o sentimento de uma mocinha, que hoje não reconheço mais em mim, ou estou tentando reencontrar:
“Todo poeta se sente dono do sentimento humano.
Ele mora nas alegrias mais verdadeiras e nas tristezas abissais.
Os dramas são seus, como são suas as mais desenfreadas paixões.
As solidões, as esperanças, a paz, de tudo o poeta acha que é dono.
Ele as canta, escreve com rima ou anarquia.
Ele vagueia e brinca com todas as nuances do profundo.
Faz chorar, rir e aflorar aquele amor tão simples, mas tão sentido dentro de nós.
Aprendi com os poetas adivinhando minha alma e não me senti pequena diante deles. Será que este sentimento danado já foi sentido pelo poeta? Ou será que o poeta sou eu e não sei?”.
Rio de Janeiro, 1975
http://www.clubedadonameno.com