Era Mesmo Lagarta a Borboleta?

Como são belas as borboletas !!!! Beijam as flores, bailam no ar, possuem lindas cores... e vários são seus tamanhos...Voam com responsabilidade. Fazem um lindo trabalho na natureza. Embelezam, polinizam, suavizam...Com seus suaves movimentos, nos encantam.

Mas nem sempre foi assim... Quem diria que teriam sido lagartas um dia? Lagarta tem aspecto de verme. Se alimentam de folhas de plantas, muitas vezes terminam por ser uma praga. Uma presença um tanto desagradável nessa fase. Estranhas e rastejantes, não imaginam ainda a altura que chegarão um dia, viajando pelos ares. Não enxergam além da altura do solo. Se ouvissem alguém lhes dizendo que um dia, sem tardar, seriam como aqueles belos seres sobrevoando seus corpos rasteiros, nunca acredirariam...Pensariam jamais em alçar vôos tão sublimes.

Vem então a transformacão: lagarta se fecha em seu casulo. Seu nome agora é pupa. Lagarta vira pupa. É um momento de reflexão, interiorizacão...ela não tem ainda consciência de suas mudanças, de seu potencial. Mas é necessário o silêncio e a quietude em seu corpo. Somente assim, a alteracão de sua forma ocorrerá realmente.

O ser humano pode realizar um lindo vôo, talvez possuir uma visão de mundo mais ampla. Talvez enxergue do alto as situações que nela se encontra. Mas esse ser humano, não é um simples ser humano. É um ser dotado do sentimento mais puro existente: o amor.

O amor transforma, humaniza, derrete, sensibiliza, realiza. A pessoa dotada de amor, sente a felicidade no outro, sente-se triste com injustiças, não deseja o mal, procura fazer o melhor, e ver com o coração. Não estou falando sobre perfeição, mas de harmonia, de caridade. Fazer o que gostaria que lhe fosse feito, deixar de realizar o que sabe de antemão, que pode prejudicar algo ou alguém. É sentir que tem uma pessoa que precisa de sua ajuda, e não conseguir virar as costas. É ser justo e educado para com os outros. Tudo como gostaríamos de ser tratados. Dificilmente erramos quando assim pensamos. Dotados de amor, somos como as lindas borboletas. Sempre belas e responsáveis.

Sem amor, somos lagartas. Seres rastejantes e desinteressantes. Muitas vezes, nossa presença assim, se torna então, indesejável. Destruímos o que vemos pela frente, por prazer individual. Não sabemos que podemos ser melhores, mais belos e dotados de um melhor trabalho. Não vemos além de nós mesmos. Nossa visão é curta, como nosso horizonte, que não passa da altura do pé onde estamos à pisar.

Mas quando começa a vontade real de transformação, vem então a reflexão, interiorização. Muitas vezes a fé é companheira, junto com a oração. E coopera também, na quimica da mudança interior, a ação que ocorre dentro de nós, de separarmos o que é útil, o que gostamos, o que é realmente nosso...E podemos então jogar para longe as demais coisas desinteressantes, que tanto espaço ocupavam. Não nos pertencem...Não mais são nossas. Depois dessa ação, teremos a reação: teremos mais lugares para atitudes honestas, bons pensamentos, desejo de sermos diferentes ...para melhor.

E então, o inesperado acontece : A felicidade agora aparece !!! A tão procurada e esperada felicidade !!! Escondida por detrás da sujeira, da bagunça, da tralha...estava presa...mal conseguia se mexer...

Assim é nossa vida, cheia de escolhas...

Precisamos saber se temos realmente espaço para o amor dentro de nós, e deixá-lo entrar. É imperativo q encontremos espaço para ele habitar nossos corpos, nossas mentes e nossos corações. Será esse somente o começo de nossa mudança... E aí, estaremos fazendo uma grande decisão em nossas vidas: queremos ser lagartas, ou belas borboletas?