Autores Malditos têem estudos em S.Paulo

Malditos em destaque...
Claudio Willer ,de "palavreiros.org",nos envia o release da próxima reunião para estudos sobre os "Malditos".Trata-se de importante ciclo deestudos.Se vc ama Rimbaud,vai entender porque .Ele será revisto em outros corolários da série.Confira:



"Meus caros,
Apenas para lembrar que, depois da pausa por causa dos feriadões deste mês, prossegue o ciclo sobre Malditos na Biblioteca Mário de Andrade, iniciado a 23 de março.
A seguir, a programação das próximas sessões, meu texto introdutório e outras informações.
Agradeço divulgação, retransmissão, presença e demais manifestações de interesse e simpatia.
Cordialmente, Claudio Willer
cjwiller@uol.com.br
www.secrel.com.br/jpoesia/cw.html"


A SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA DE SÂO PAULO – BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE – COLÉGIO DE SÃO PAULO – APRESENTAM:



OS MALDITOS



Local: auditório da Biblioteca Mário de Andrade – Rua da Consolação, Centro, São Paulo, SP



Datas e horário: às quintas-feiras, de 23 de março a 18 de maio de 2006, às 19:30 h.



Inscrições e informações: tel. (11) 3256 5270, ramal 206, ou kbocchi@prefeitura.sp.gov.br





27 de abril

Antonio Bivar – dramaturgo, narrador e ensaísta, autor entre outros das peças Cordélia Brasil e Alzira Power, e de O que é punk e Verdes Vales do Fim do Mundo, acabou de lançar Bivar na corte de Bloomsbury, ed. Girafa:

– Bloomsbury Babilônia



Roberto Piva – poeta, autor de Paranóia, Piazzas, Antologia Poétioca, Ciclones e vários outros livros, acaba de publicar Um Estrangeiro na Legião, volume 1 de sua obra reunida, pela Editora Globo.

– Pasolini, poeta maldito



04 de maio

João Silvério Trevisan – prosador, ensaísta, cineasta, autor de livros como Devassos no Paraíso, Ana em Veneza, ed. Best Seller, e Pedaço de mim, Record, está escrevendo um novo romance, O Rei do Cheiro.

– O conceito de 'maldito' na vigência da sociedade do espetáculo



Claudio Willer – poeta, ensaísta, tradutor de Allen Ginsberg, Antonin Artaud e Lautréamont –acabou de sair nova edição de Os Cantos de Maldoror –Obra Completa de Lautréamont, pela Iluminuras:

– Maldoror, a voz de Lautréamont; Baudelaire lido por Lautréamont.



11 de maio

Maria Lúcia Dal Farra – poeta, ensaísta, foi professora de literatura na USP, Unicamp e UFSE; autora de A Alquimia da Linguagem, ensaio, Livro de Auras e Livro de Possuídos, poesia e Inquilina do Intervalo, prosa (Iluminuras):

– Gilka Machado e Judith Teixeira: o maldito no feminino.



Marcos Siscar – professor de teoria da literatura na Unesp; poeta; como tradutor, publicou Os Amores Amarelos de Tristan Corbière, Iluminuras, e A Rosa das Línguas de Michel Deguy, Cosac & Naify /7 Letras.

– O maldito como supliciado: de Charles Baudelaire a Tristan Corbière.





18 de maio

Lucila Nogueira – Professora de Teoria Literária e Literaturas de Língua Portuguesa na UFPE, ensaísta, poeta, autora de A lenda de Fernando Pessoa e de quinze livros de poesia, os mais recentes, Desespero Blue e Estocolmo.

– Portugal e seus malditos: o caso de Al Berto



Debate com Claudio Willer, coordenador do ciclo, e outros conferencistas:

– Ler e entender os poetas malditos.





Equipe de realização: Claudio Willer, coordenador; Biblioteca Mário de Andrade: Luis Francisco Carvalho Filho - diretor geral; Thais Ruiz - diretora da Difusão Cultural; Daisy Perelmutter - Coordenadora do Colégio de São Paulo; Rita de Cássia Rua - assistente administrativa; Edélcio Levandosk - produtor da Difusão Cultural; Katia Bocchi - produtora da Difusão Cultural



O termo ‘malditos’ designa autores cujas obras, por incompreensão de seus contemporâneos ou pela ação da censura, demoraram para ser lidas e aceitas; e que, subseqüentemente, exerceram influência e foram vistas como inovadoras. Ganhou importância com a publicação da antologia Les Poètes Maudits, preparadas por Verlaine em 1884 e 1888, trazendo à luz os então desconhecidos Rimbaud e Tristan Corbière, e publicando Mallarmé. A expressão pode ser usada referindo-se a autores anteriores ao final do século XIX: serve para designar, por exemplo, William Blake e Baudelaire. Ou então, é projetada em Antonin Artaud, Allen Ginsberg, William Burroughs, e até em contemporâneos: por exemplo, no recente primeiro volume da Obra Poética de Roberto Piva, seu prefaciador, Alcir Pécora, utilizou a expressão ‘linhagem maldita do romantismo’.

A essa categoria, ‘maldito’, são associadas outras de uso corrente na crítica literária: ‘ruptura’, ‘tradição da ruptura’, ‘rebelião’ e ‘transgressão’. Pode ser entendida em contraste com a noção de ‘olímpico’: por exemplo, em meados do século XIX Baudelaire foi o ‘maldito’, e Victor Hugo o ‘olímpico’; em nossa literatura, na altura de 1900, Cruz e Souza foi ‘maldito’, e Olavo Bilac ‘olímpico’.

Há dois modos de abordar o tema. Um deles é examinar autores tipicamente malditos, obedecendo a uma série cronológica. São (entre outros) William Blake, Sade, Baudelaire, Rimbaud, Corbière, Lautréamont, Artaud, Bataille. Na literatura brasileira, são ‘malditos’ Sousândrade, alguns de nossos simbolistas e autores paralelos ao modernismo. Pode-se localizar ‘malditos’ na literatura de Portugal e na poesia hispano-americana, entre outras.

Outra abordagem é selecionar, como tema de palestras, não autores, porém questões associadas ao sentido do termo ‘malditos’. Por exemplo, a validade e atualidade do termo ‘malditos’; a existência de ‘malditos’ contemporâneos e de uma ‘linhagem maldita’ ao longo do tempo; a projeção além dos limites da criação literária dos ‘malditos’: em movimentos de vanguarda, política, contracultura, rebeliões sociais.

A programação foi feita combinando as duas abordagens: como série de autores, e focalizando temas gerais. Foi convidado um elenco diversificado de especialistas, tanto da área universitária, de diferentes lugares do país, quanto de criadores literários que trataram do tema ou que o representaram. Não há intenção de esgotar o assunto. Autores importantes – como Rimbaud – não serão objeto específico de palestras, mas deverão ser discutidos ao longo do ciclo. No entanto, do modo como foi planejado, ‘Os Malditos’ não apenas transmitirá informação relevante, sobre autores de indiscutível importância, mas dará margem à reflexão e a produtivas discussões.

Claudio Willer
Publicado por clevane pessoa de araújo em 24/04/2006 às 11h58
Seja o primeiro a comentar este texto
Indique esta leitura para amigos
Copyright© 2005 by ClevanePessoa. Todos os direitos reservados.Criado e hospedado por Recanto das LetrasPágina atualizada em 24.04.06 12:12