Aos pais adotivos
Estavam na aula de evangelização. O coordenador falava à garotada sobre a importância da prece e seus benefícios, de que para conversar com Deus devemos apenas deixar falar o coração, sem a necessidade de alguma fórmula ou ritual em especial.
O garoto o abordou:
- Posso falar com Deus há qualquer momento?
- Sim. Respondeu o coordenador.
Então, o garoto informou que teria algo a pedir ao Pai do Céu e o faria com todas as forças de seu coração.
Após, chamou o evangelizador de lado e lhe mostrou um papel com seu desejo grafado:
- Deus, me dê uma família!
Todos os dias aportam milhões de criaturas no planeta Terra ávidas por darem prosseguimento em seu processo evolutivo.
Para que se desenvolvam em plenitude e desabrochem jovens belos, conscientes de seus papeis, necessitam de estrutura, de uma família que lhes possa oferecer as condições básicas para que venham a vingar como homens de bem.
Contudo, para muitos não é isso que ocorre, vivem a margem, filhos da indiferença, perambulam pelas ruas mendigando atenção, não raro, descambam ao crime, recorrem a violência para sanar seus problemas mais prementes.
Crescem em ambiente desequilibrado, portanto, fica complicado equilibrarem-se.
Vencem o desequilíbrio apenas aqueles que já trazem de vivências anteriores algumas conquistas no campo moral e intelectual.
Bradam alguns que são bandidos, seres desalmados e que não merecem respeito e consideração, verdadeiros animais que jamais conseguirão se reabilitar.
Por vezes, chegam a afirmar que essas criaturas são de índole malévola e assim permanecerão para todo o sempre.
Ledo engano, consideremos que a grande maioria descamba para esse lado cruel por lhe faltar família, instrução, amor, alguém a lhes orientar os passos nos caminhos da vida.
Por isso, sou admirador confesso daqueles que conseguem quebrar as algemas da consangüinidade e adotar um filho.
Não se trata de desmerecimento aos pais consangüíneos e que devotam amor e desvelo sincero a seus tutelados, estes também admiramos profundamente, todavia, gostaria de chamar à atenção dos leitores para os benefícios da adoção e o belo exemplo que dá quem adota um pequeno, grande, ou seja, um ser humano.
Muitos adotam filhos grandes, abrem portas, motivam, incentivam, é abrangente o adotar um filho, todas as vezes que damos condições para que alguém se reabilite, cresça, se desenvolva, nos transformamos em pais adotivos.
Quando deixamos expandir o amor que está em nós e o levamos para além dos horizontes de nosso lar, nos transformamos em pais adotivos, em pais de amor.
Eu por exemplo tenho inúmeros pais adotivos, homens e mulheres que em determinado momento de minha existência fizeram a diferença em minha vida.
Neste momento, vem a lembrança a música Filho Adotivo do grande Sérgio Reis, belíssima mensagem de gratidão.
Parabéns aos pais adotivos, parabéns a essas grandes criaturas que abrem as portas de seu coração à alguém que não nasceu de suas entranhas, que não traz em suas características genéticas seus dados.
Um filho do mundo, porém, filho de Deus!
Pais adotivos que enxergam a família universal, pais adotivos que quebram paradigmas, vencem preconceitos...
Amigo leitor, neste singelo texto, prestamos uma pequena homenagem a estes pais que transformam vidas e destinos, tudo por exercitarem uma sublime ação:
Desprendimento!
Aos pais adotivos, pais de amor, usinas de esperança, nossa eterna gratidão!