CONFIDÊNCIAS ... BIOGRÁFICAS? (98): Havia muitos caminhos...

MILIPA publica no RdL (06/02/2009.- T1424714) um poema, a meu ve, delicioso, intitulado «HAVIA MUITOS CAMINHOS»:

Havia muitos caminhos

Na minha infância

E eram todos meus

E eu podia escolher

Qualquer um.

Os muitos caminhos

Da minha infância

Eram todos belos

Inocentes e singelos

Sem perigos ou percalços

E eu podia escolher

Qualquer um.

Havia muitos caminhos

Na minha infância

Todos orlados de flores

E eu ainda posso escolher

Qualquer um

Minha infância continua aqui.

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São três grupos de versos (ó, o ritmo triádico...!): No terceiro quebra-se a parte final do primeiro e do segundo:

«E eu podia escolher / qualquer um» face a «E eu ainda posso escolher / qualquer um / Minha infância continua aqui.»

Perfeito!

Deveras somos infantes até à morte. Talvez depois dela logremos algum grau de adultícia. Vivamos, portanto, conscientes a infância continuada em que decorrem as nossas horas: Vivermos assim vale tanto como continuadamente elegermos caminhos sem perigo (excessivo), inocentes (até determinado ponto), singelos (talvez...) e orlados de flores (com algum ou mais do que algum espinho).

Seja como for, ainda podemos eleger... porque a «infância continua aqui.»