CONFIDÊNCIAS ... BIOGRÁFICAS? (96): Coisas óbvias [reflexões sobre a verdade do Amor...]

MIRIAM DUTRA publica no RdL (05/02/2009.- T1423334) uma frase tão breve quanto certa:

Para saber se é mentira também é preciso saber o que seria verdade. ............................................................................................................

Comprar com verdade não sempre é fácil, mas pode ser. Viajar ao sítio certo, igualmente pode ser complicado, mas, com preparação e cuidado, consegue-se.

E nas "cousas" do amor?, do Amor? Quanta verdade e quanta mentira há entre os amantes? Confesso que não sei... Somos humanos, escondemos, por vezes, o melhor de nós e, com excessiva frequência, o pior da nossa vida.

Mas não deveria ser assim... Não deveria e, contudo, é.

Muitas vezes a mentira produz frutos doces, mas dificilmente duradoiros. Também acontece que a verdade nem sempre satisfaz as relações, mormente as amorosas.

Navegarem pelas ondas sinuosas e alternantes de verdade e mentira talvez seja o melhor programa (não programado) das uniões amantes:

—Amada, tu és a única...

(E a Amada aparenta acreditar... ou mesmo acredita: Entrementes ambos conhecem marés de satisfação e pingos de felicidade.)

—Amo-te para sempre: Tu és o único...

(E o Amado diz acreditar e acredita. Em regra os varões somos mais crédulos, mais "cridos". A palavra da Amada soa-nos ao quirilêisom... E o Amado imagina-se o deus supremo da sua deusa...)

—Beija-me com os beijos da tua boca...

—Porque o teu alento embriaga mais intensamente que o vinho...

(Assim, entre frase e frase, verdadeiras todas, mentireiras todas, persiste a dança alegre do Amor... Mergulhemo-nos —digo-mo a mim próprio, em plural de humildade— na sua cegueira feliz... «Amo-te, Amada.» «Ama-me até ao curruncho mais oculto da verdade.» Ou da mentira... Tanto tem. Ou não! Quem sabe!)