CONFIDÊNCIAS ... BIOGRÁFICAS? (91): Sensabor ... Desejo...

Poeta Galega publicou no RdL (01/02/2009.- T1416192) um poema desiludido ou de desilusão, cujo titulo é «sensabor»:

sem palavras de amor

(não as merece

quem não as quer)

não guardo o sabor

de poema nenhum

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Pela sua parte, esse mesmo dia Lucibei (RdL, T1417242) postou um poetrix de título «Desejo»:

Todos os dias

Amordaço a esperança

De fazer-te meu.

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Não sei por que (e a destempo) dei com os dous poemas e os liguei. Que me perdoem as duas poetas, boas amigas, mas foi e continuo.

Leio e releio o poema de Poeta Galega e acabo por entender que de facto não nos explica sobre o "sensabor", entenda-se sobre pessoa (ou elemento) insípida, insulsa, maçante, desinteressante ou desengraçada. Antes declara-nos que todo o poema (de amor) deve adoçar-se com palavras de amor, porque, em caso contrário, desiste singelamente de guardar o "sensabor" do poema.

Não sei se o entendi bem, mas assim o interpreto. Portanto, poetemos o amor e o amor adquirirá sabor, apenas o sabor do amor, tão doce e tão terrível.

Mas ... que tem a ver esta mensagem com a que Lucibei nos quer transmitir?

Tudo e nada ou... sim: Que esperança é a amordaçada? Não tem grande parecido com a desesperança?

Sim e não... Mas não: Porque resistir a esperança, em regra faz com que esta seja mais cada vez esperança, possibilidade... longínqua ou próxima, mas possibilidade «de fazer-te meu», no poema, de conseguir o que temerosa e amedrontadamente se deseja, mas ao fim se procura.

Porque quem espera aspira a lograr o esperado com ânimo mais intenso que se apenas o desejasse.

No fundo ambos os poemas, ambas as poetas estão a evidenciar uma imensa, quase infinita sede de amor, que merecem e sem dúvida alcançarão.

Beijo, poetas!