CONFIDÊNCIAS ... BIOGRÁFICAS? (90): Escravo de coleira
fred albano publica no RdL (03/02/2009.- T1419673) um poema que qualifica de erótico. Intitula-o «Escravo de coleira» e diz:
Minha senhora ,
me leva para passear,
obedeço
sempre
minha dona,
e vou limpar seu suor com minha língua.
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Se o sujeito lírico deste poema, segundo me parece, é o Amado, o poeta situou-se num contexto de sempre, apesar de tudo, como é o do "Amor cortês":
A senhora manda totalmente (quase totalitariamente) por ser divina, por se tornar na "deusa" do Amador.
Portanto, este deve obedecer e obedece até lamber agradecido o suor e o que for preciso, que a dona mande.
Na realidade os varões normais (opino) tendemos a ser e comportar-nos assi como escravos de coleira, com o colarinho arredor do pescoço, de que a mulher amada, a nossa "deusa", pode tirar quanto quiser.
Será destarte o amor? Nem sei, mas prefiro assim imaginá-lo:
Minha Senhora, manda,
que eu obedecerei cego e preciso,
como humano singelo
e lascivo...
Deixa-me gostar, dona
celeste, do prazer divino
de me transformar, envolvente,
no teu colarinho...