CONFIDÊNCIAS ... BIOGRÁFICAS? (79): Choro
José Espírito Santo publica no RdL (30/01/2009.- T1413394) o poetrix / triplix intitulado «Choro», que ousarei comentar:
Em progressão lenta
um gasto e mudo escorrer de si
junta-se à palavra vencida
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Antes de mais nada, confesso que, ao ler o poema, tive desejos de chorar. Desculpem, mas assim me passou ou trespassou, como uma onda, nem sei se sinuosa ou pungente como lança, o sentir. Quis chorar e não dei chorado*...
Por respeito... Mas a quem, se estava só ante o ecran?
Talvez foi... Não, sem talvez: Foi a concisão estrita do texto... As lágrimas como escorregadela do (meu) ser humano, a liquefazer-se gota a gota, emoção a emoção, desejo a desejo, tristeza a tristeza,... inefáveis...
Porque as báguas* exprimem o que as palavras não podem... São amostra da fraqueza da palavra: Revelam com soluços o que os sons articulados fogem de manifestar.
Portanto, caros, choremos, quando as emoções nos neguem a possibilidade de narrar, de descrever ou simplesmente de exclamar...