Vingar-se? Para quê?
Sentia-se usurpado, humilhado, injustiçado...
Precisava lavar sua honra e não iria deixar barato o mal que lhe fizeram.
Ofenderam-lhe e mancharam-lhe a reputação, todos iriam pagar com muito sofrimento a vergonha que ele passava naquele momento.
Os amigos aconselhavam-no:
- Desista, deixe a vida seguir seu curso, perdoe e prossiga!
Sua resposta vinha eivada de ódio:
- Qual nada; aqui se faz, aqui se paga! Quero vingança!
E assim, nada mais lhe ia na cabeça que não fosse a sede pela desforra, passava horas, dias matutando na melhor maneira de vingar-se.
Por fim decidiu, iria inventar casos escabrosos e mentirosos para prejudicar quem havia lhe prejudicado.
Começou com telefonemas anônimos a fomentar duvidas no coração das esposas de suas vítimas-verdugos.
- Cuidado, seu marido está lhe traindo! Dizia em tom sério.
Após, não satisfeito com o resultado de suas iniciativas, começou por fazer ameaças; também pelo telefone.
- Cuidado , sua vida e de sua família corre perigo! Vociferava com voz grave e aterrorizadora.
No entanto, quanto mais se alimentava o ódio através da vingança, mais inquietava-se seu coração.
A vingança não lhe causava paz, pelo contrário, lhe tornava uma criatura amarga, insegura, frágil...
Após alguns anos estagnado a atormentar seus verdugos-vítimas deu entrada em manicômio a se debater e gritar:
- Vingança! Vingança! Justiça com as próprias mãos!
Amigo leitor, coração sedento por vingança é refém do ódio, prisioneiro de si mesmo.
Pode até não ser internado em manicômio, todavia, seu destino é ficar internado dentro dos porões escuros da mágoa, aficionado pelo desejo de promover justiça com as próprias mãos.
Vingar-se? Para quê?
Só iremos plantar mais sofrimento, mais dor, mais desilusão...
Se nos fizeram mal; deixemos de lado, sigamos em frente.
Nos magoaram?
O que ganharemos ao promover também a mágoa?
Jamais se teve a notícia de que alguém em algum lugar teve existência digna tendo como bússola a vingança.
Amigo leitor, é Lei da vida, tudo que fazemos nos retorna;
Se cultivamos o mal, colheremos o mal, imprescindível para nosso equilíbrio que nos atentemos para que:
O ódio encarcera; o amor liberta.
A vingança detém; o perdão caminha.
A mágoa corrói; a compreensão cura.
Plantemos amor para que colhamos amor, flores, poesia, arte...
Pensemos nisso!