Medo

Nada pode ser mais terrível que o medo.

Palavra descomunal em seu sentido e simples em sua estrutura. São apenas quatro letras, com duas consoantes e duas vogais, bem ordenadas, dependendo do ponto de vista, podem colocar alguém em um estado de torpor absoluto. Luto, talvez seja esse o efeito do medo.

O medo consegue controlar nosso impulsos mais puros, esses ímpetos poderiam nos permitir alcançar o paraíso, ou até mesmo a glória do nosso mais puro ser, também poderíamos ter a experiência do coração palpitante de alegria, pela descoberta, pelo passo, pelo desconhecido revelado.

Essa palavrinha de quatro letras controla todos os músculos. Fecha nossa boca para não falar e ser repreendido, fecha nosso olhos para não ver o desastre, detém nossas mãos que iriam tocar outro, trava nossas pernas evitando aquele passo em direção ao lago, controla nosso dedos para não escrever.

O medo está atrofiando a mente, cobrindo de sujeira as articulações que em movimento levariam ao outro lado do arco-íris, o pote de ouro está lá a espera e essa trava no meio do caminho em nada vai ajudar. Mas ainda é uma opção se deixar envolver pelo medo, é o melhor refugio de si.