CONFIDÊNCIAS ... BIOGRÁFICAS? (69): Paradoxo Perfeito!
Shauara David publica no RdL (27/01/2009.- T1407561) uma frase bem linda e certa, que intitula «Paradoxo Perfeito!»:
Simultaneamente inocentes e maliciosos
São assim as crianças e os idosos.
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Mas a inocência e a malícia de uns e de outros é bem diferente:
As crianças fruem, segundo Freud, de perversidade polimorfa. A sua é uma genial mistura caótica em que os traços próprios da inocência se acham urdidos numa malícia tão multiforme quanto gratuíta e ingénua.
Os idosos, educados pela vida e pela sociedade, perdemos toda a polimorfia e apenas somos unidirecionalmente perversos, nem inocentes de todo, nem maliciosos com sentido.
Por exemplo, estou a compilar (por culpa do amigo Oliveira, recantista) os poemas da série ELA e ELE. E que estou a comprovar? Que o meu cérebro não é gris, mas verdoengo...
Não escrevi poemas pornográficos, embora a minha imaginação rondava tais assuntos como namorado obsesso e teimudo, mas tímido, timorato, vergonhendo...
Esses poemas exprimem desejos inconfessáveis, mas de jeito confuso como escritos por poeta tatejo ou gago e, para além, monótono, ... unidirecional que acima disse.
Tenho, como humano, outras perversões, poucas, e uniformes, tristes, portanto. Porque a vida deve ser polimorfa para a ser. Daí que as crianças, vitais por Natureza original, gozem da variedade maliciosa e inocente que os torna encantadores... mormente aos pais e avôs...