DIA DE PÁSCOA

DOIS POEMAS ALQUIMICOS ("A a Z") e A ALQUIMIA d'um texto definitivo

'A − química da alma'

'SoBRE ALQUIMIA/sObre Alquimia'

1

Dizer o que a palavra é capaz de fazer!

Ela irrompe, nasce, faz-se, cresce aparece…

Cria-se e quer-se como se quer crendo…

O poema quando e Onde se procura…

Através da escrita chegar à poesia!

2

− Não me digas que não me estás a ver,

porque eu sei que me estás a ouvir!

− Sim, as tuas palavras têm cor e vêm

desprendidas, nada vestidas a rigor.

− Pois é, essa é uma verdade madura,

a poesia para mim é necessidade…

− Gosto de te sentir despretensioso,

vivendo o que há de mais precioso.

− Diz-me o que vem a ser esse bem

que dizes ser o bem mais precioso?

− Penso na poesia que tu_a alma dita!

3

Quando digo um verso penso em verso,

o Onde para aspirar aroma ao Universo!

'Z − bater do coração'

o coração bater no peito

é tão real como receber

cada pancada que ele dá

compassado a pulsações

regulares e constantes

quando tranquilo estou

assim também ele está

e mais sensível fica…

poder dizer este saber

é quase tão estranho

como é o poder falar

mais ainda escrever

dizendo em silêncio

além distância indo

ao conhecer a língua

e seu registo escrito…

a gravação de gestos

dum pianista fazendo

música num teclado

sem acordes musicais

onde do canto letras

guardam uma canção

onde é apenas piada

e improvisada arte…

por mais eu pense

até tudo ter de cor

podendo reproduzir

interpretando ser

fiel do compositor

quando inspirado

cria suas palavras

e as faz das letras…

serei um estranho

perante a percepção

clara do mistério

onde me transmuto

até se transformar

a voz num produto

de clara imaginação

e bater do coração…

A ALQUIMIA

A Arte pede aos seus criadores que sejam verdadeiros intérpretes das propriedades da matéria conjugadas com filosofia, com(o) potência do espírito!

A Beleza é um conceito que nunca poderá ser estranho a este desígnio do Homem, mesmo se mergulha no horror indo do pânico até à "estranhesa"…

Será sempre a Beleza o padrão cultural capaz de mediar o intérprete-criador dos criadores-intérpretes, duas classes coabitando a primeira delas: o ser criador, cada leitor de obra(s) de arte, sejam eles e ela(s) quais forem.

A Alquimia é a arte necessária à composição das obras de arte: um redundante significar de signos ficados… depois de produzidos com esta leitura ideal do real: a Arte.

A Arte é como o Amor, comunga da mesma religião, são uma só Fé… capaz de dar à razão a transcendência. O que se pode dizer, cabe nestas frases, deixando-as explodir!

As obras de Arte falam de forma controlada desta necessária explosão onde se libertam os signos… dos signos ficados… criados, libertados: Liberdade, Verdade e Criação, numa trilogia aberta a todas as apologias, contrariando toda e qualquer tirania!!

{A Alquimia da Celebração Pascal faz parte do mistério dos Mistérios...}

Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 16/04/2006
Reeditado em 20/05/2006
Código do texto: T139811