Cacas ao ventilador
Assombra-te com isso, oh, pobre vítima...
Mas que peso isso teria
Diante dos buracos metralhados por suas pedradas
sem ao menos escolher a mira?
Tuas cacas, as que crias e que agora te aderem às costas
não causam danos tantos quanto aos que causas aos corações
que deixas partidos aos pedaços e os trata como coisas mortas
Basta lavar-se, o vento leva, tua lira renova-se
Queixas-te de ter sido abandonado... é pra rir?
Se um único “amor” te deixou assim tão infeliz...
Enquanto não tens dedos pra contar os amores que forjaste
e que ainda carregam lágrimas nos olhos, por ti
(Ah, não sabes? Te faço uma lista agora. É só pedir)
Mas nesses momentos tão teus, segues teus os instintos, afinal
na vida é pra frente que se vai
E nada é forçado, como dizes mas bem sabes
que um fértil coração é facilmente manipulado
por uma mente estrategicamente sórdida. Ou não?
Quantas vezes fui colocada à parede para ser metralhada
sem menos saber quais erros cometi? Só porque eu sei demais?
Quantas vezes fui ameaçada a confessar crimes que não eram meus
sem ao menos ter a chance de ser ouvida?
Qual tua frase preferida? “Fim de papo”
Depois, aqui, um comovente pedido de desculpas mas...
Nem isso te fez melhor, pois continuaste impunemente a andar
Cadê seu senso de justiça? Ou ele serve só pra ti?
Será que essas mulheres que tecem teias na escuridão de tuas costas
são todas loucas ou desequilibradas a ponto de colocar fumaça onde nem fogo haja?
E por que diabos elas te teriam tanta ira?
Apagar rastros não apaga tua memória, creias
pois o gosto dos dissabores não se apaga, marca
e cicatrizes de fogo não se esvaem como as palavras bonitas
Tens um talento pra escrita único, só teu,
o que te torna acima de tudo um misto de monstro e semi-deus
Escolha tua, sempre!
Cuidado com tuas sementes
Bom dia, meu amor
E podes continuar rezando pela evolução da minha alma
Quem sabe um dia eu atinja a sabedoria
Quem sabe...
Um dia...
21.11.08