CONFIDÊNCIAS ... BIOGRÁFICAS? (24): Meu amado, luar de luares

Poeta Galega publica no RdL (08/01/2009.- T1374161) um delicioso poema que intitula «Meu amado, luar de luares». Diz o poema:

Meu amado, luar de luares

teu olhar de luz envolve

entre pálidas ondagens

o meu pobre, fraco corpo

trespassado de aragens

Quero ser essa lagoa

que reflete a tua idade

que te beija a frente morna

com lábios de umidade

que o vento modela e orna

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Deveras: Não sei que comentar nem como...

Estimar o amado como «luar de luares», como "luaríssimo", dado que a Poeta utiliza o superlativo semítico, à maneira de «Cântico dos Cânticos»?

Apontar para o «olhar de luz» que enroupa um «corpo trespassado de aragens», sem dúvida com carinho abrangente?

Querer, a poeta, ser «lagoa» a refletir os tempos idos e os futuros enxergados?

Ou esses beijos (com certeza beijos) de «lábios» úmidos ao vento cinzelador de primores anelantes?

É poema tão belo e tão sugestivo que o melhor comentário é justamente deixá-lo sem comentar, à livre leitura, apaixonada, da leitora (que pode colocar-se no lugar da poeta) ou do leitor (que está autorizado a sentir-se destinatário de tão lindas descrições e de tão sossegados desejos...