CONFIDÊNCIAS ... BIOGRÁFICAS? (18): Amor? [Poema triste]
Glória Cabo publica (RdL, 06/01/2009.- T1370585O) este poema (a meu ver) triste, que vou comentar (no possível) otimizando-o. Intitula-o «Amor?»:
que move nossa vida é o amor?
Tem alguém aí capaz de amar incondicionalmente?
Pra mim não dá...
Prefiro amar uma parede.
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Cara recantista:
Não sei se apenas nos movemos por amor ou se apenas o amor nos move. Talvez não, mas talvez seja o sentimento mais forte: Se amamos e somos amados, porque decerto nos move. Se não amamos ou não somos amados, porque é carência que nos comove, por vezes gravemente.
Leio o seu poema e muda o meu sentimento para uma tristeza indefinível. Se entendi bem, você não acredita no facto de o amor mover a nossa vida. E, se entendi bem, expõe a razão questionando-a: Ninguém é capaz de amar incondicionalmente.
Mas, cara, nós habitamos, vivemos num mundo cheio de condições e de condicionamentos... Parece-me lógico que também o amor anda um pouquecho condicionado. Para além, somos tão reduzidos nas nossas possibilidades, maravilhosas por outro lado... Como poderia amar incondicionalmente quem vive condicionado por toda a parte?
Digo-o com dor e mesmo com angústia: Se fôssemos capazes de amar, mesmo condicionados, talvez não haveria neste planeta dos nossos pecados a tristeza que nos oprime, viveríamos como esponjas de vida, que absorveríamos onde quer e que compartilharíamos com quem quiser. E até com quem não quiser.
«Amor?» Sim, sem dúvida há amor e pessoas que procuram amar... desde a sua pequininice, mas amar. Embora a pessoa amada não corresponda como quereriam.
Seja como for, não acho solução amar um muro. Ao menos, amemo-nos (se não nos sentimos amados como corresponde), amemo-nos espiritual, mas também corporalmente: Gostemos de nós, demo-nos algum prazer, que no mundo sempre há essa hipótese, e esperemos que, antes ou depois, alguma pessoa nos ame quase incondicionalmente.
Receba, entrementes, um beijo amável desde o outro lado do oceano: Será portanto um beijo bem longo... Também.