CONFIDÊNCIAS ... BIOGRÁFICAS? (15): Margaridas na janela...
Acabo de ler este lindo e delicado poema e não me resisto a copiá-lo e gostá-lo contigo, leitora ou leitor que me visitas:
MARGARIDAS NA JANELA
Foi por ela...
Tão somente
Por elas!
Ao abrir a janela
Meu semblante mudou
Pássaros cantavam
E o sol atenuava
Os pequenos botões
Não eram de rosas
Não tinham espinhos!
Mas continham
Tanto esplendor...
Margaridas na janela
Um aroma de cravo
Com canela...
Prendiam meus olhos
E alegravam meu
Coração!
É poema, como digo, lindo e delicadamente sedutor, de Ebony Eyes (RdL, 05/01/2009.- T1369001), que pretendo comentar desde a minha experiência fantasiosa...
Que me evocam as margaridas? E as rosas?
Nos poemas levemente eróticos, cuja série intitulei "Os prazeres do lábio", tentei simbolizar o buratinho labiado, secreto e feminino, por meio da rosa; sei que não é de todo acertado, que talvez errasse em comparar parte tão delicada e amável da mulher com flor, sim, odorífera, mas espinhenta.
Também brinquei com a equivalência entre lábios e pétalas...
Agora observo que as margaridas, acariciadas pela brisa, vibram na sua coroa de lâminas suavemente alvas, que, como lábios imaculados, eu imagino, úmidos e sensíveis, rodearem a fonte do amor prazenteiro e feminil.
Contudo, o poema de Ebony Eyes abre os meus olhos e faz com que voe mais alto: Vejo que as margaridas, como os cravos, são flores que merecem ser companhia do sol ténue e dos pássaros cantores, abertas à manhã, como leque de maravilhas que a Natureza oferece à esperança dos seres, aparentemente humanos e pululantes pelo planeta Terra.
Também, ignoro por que escondidos recantos, o poema de Ebony me sugeriu o motivo tradicional que obriga as donzelas e os jovens, adolescentes quase, a ornar-se de rosas, frescas à manhã e murchas na tardinha...
Não sei se esta evocação terá a ver muito com a fantasia minha vaginal, mas quem sabe. Fique aqui como confidência de velho (quase) verde...